Colunistas

Publicado: Terça-feira, 24 de agosto de 2010

Valores humanos e cristãos

A convivência é algo complicado e difícil. Ao mesmo tempo é a chave para explicar a situação em que se encontra a sociedade humana, dita civilizada.

É claro que nossa sociedade não convive bem; sofre demais com as mudanças no comportamento humano; impera o individualismo, o que leva o homem a olhar unicamente para si, concentrando seus projetos, aspirações e suas ações no sucesso notadamente material. O “cada um por si” é um dos grandes obstáculos a uma civilização verdadeiramente humana, ou seja, onde se perceba a solidariedade, a fraternidade, a igualdade...

Cresce o relativismo moral. Ignora-se nossa vinculação ao projeto divino e a vida passa a ser influenciada pelas ofertas e opiniões da moda.

Os valores humanos e cristãos são naturais, universais e fundamentais para o desenvolvimento integral do homem, para sua vida pessoal e para a vida da humanidade; não se trata, portanto, de criações do homem, pois suas raízes se encontram na própria Criação. Portanto, resgatar os valores abandonados pela vida moderna é voltar ao sonho inicial do Criador, é resgatar a própria essência do ser humano, é colocar-se no caminho da verdadeira felicidade.

Trata-se de fundamentos morais e espirituais, responsáveis por uma consciência reta. Sem isso a vida se torna frágil, o bem-estar pessoal fica difícil, bem como o relacionamento com as pessoas e com o mundo que nos rodeia. Podemos afirmar, sem medo, que a não observância desses valores é uma das principais causas dos conflitos que afetam a humanidade. Estamos convivendo com uma sociedade violenta, estamos perdendo as referências de cidadania e de respeito pelo próximo.

Como ter uma sociedade equilibrada, justa e feliz se não aceitamos a Vontade de Deus, se não observamos a Verdade, se não vivemos o Amor, se não cultivamos a Retidão e a Paz? A falta da vivência desses valores absolutos afeta todos os demais: entre eles a ética, a honestidade, a integridade, o respeito, a disciplina, a dignidade, a autoestima, a amizade, a dedicação, a compaixão, o desapego, a paciência, a compreensão e o perdão, resultando mudanças no próprio caráter das pessoas e em suas condutas.

Como vemos, o assunto é muito familiar. Ao lado de tantos atributos (Santuário da vida e do Amor, Igreja doméstica, educadora da fé, célula-mãe da sociedade, escola do Evangelho, patrimônio da humanidade), a família é ainda agraciada com a sublime tarefa de formar nos filhos os valores humanos e cristãos, que sustentam nossa saúde física, mental e espiritual.

Nada fácil. Não se trata aqui de ministrar aulas ou conhecimentos, aconselhar, orientar através de palavras ou discursos bem intencionados; trata-se de vida, e vida se ensina vivendo; cabe à família aprender, viver e ensinar os valores. Só pela prática, pelo testemunho, os valores podem ser aprendidos, assimilados e, assim, colocados na vida. A família é apoio à pessoa em toda a sua existência. Trata-se de uma educação através de valores; trata-se de algo recursivo: valores gerando valores. Isso só é possível em família, não podemos contar com substitutos, não podemos nos iludir com pregações sobre a capacidade de a sociedade educar nossos filhos, dispensando a dedicação e a obrigação dos pais.

Assim, acima de tudo precisamos de famílias fortes, bem formadas, conscientes de sua missão. Precisamos redescobrir o Matrimônio e a família, fundamentais para os seres humanos e para a sociedade, infelizmente tão desprezados e atacados em nossos dias.

Comentários