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Publicado: Quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Uma segundona com ares de domingo

Existem em Itu e certamente também noutras cidades, aquelas ruas constituídas por um único quarteirão.

Aqui, a mais notória e por sinal mais importante – a mais central de todas – a tradicional Barão de Itaim, a interligar as duas praças principais, a da Matriz e a do Carmo. Olha aí a influência forte da religiosidade local que às vezes faz com que assim se denominem junto ao povo, esses dois logradouros, pelo seu apelo cristão e católico. Influência direta da Igreja Matriz da Candelária e da querida Igreja de Nossa Senhora do Carmo (nesta, sem se falar do Convento e do antigo Seminário [hoje Anglo] que lhe são anexos).

Mas vamos lembrar seus nomes próprios, até porque significativos: Praça Padre Miguel e Praça da Independência. Aquela, ainda impregnada de mesma tradição, eis que o seu titular foi dos mais atuantes párocos de Itu, por sinal que retratado e imortalizado por Almeida Júnior, em tela mantida na Candelária.

Falávamos então sobre a rua Barão de Itaim, de um quarteirão, eis que não contempla cruzamentos; apenas uma saída à esquerda, logo no começo, pela Travessa Monsenhor Monteiro. Outro título vinculado à religião.

Pois bem. Nesta segunda feira (6) encaixada no feriadão da Independência, com ares de domingo, ainda mais favorecida pelo sol generoso, a cidade foi tomada pelos turistas. Nesse dia, ao entardecer, a Barão estava com todas as vagas de estacionamento ocupadas. De mera curiosidade, entre descer por uma calçada e subir por outra (essa via tem sim leve e quase imperceptìvel declive ou aclive para quem preferir), foram contados nela 48 veículos. Trinta eram de Itu. Cinco exibiam placas da capital, São Paulo. Dois carros indicavam proceder de Barueri e outros dois, da cidade de Santos. Os demais, um para cada cidade, oriundos de Rio Claro, Indaiatuba, Diadema, Campinas, Sorocaba, Boituva, Santo André, Salto e Belo Horizonte.

Na simplicidade de um apanhado aleatório, permita-se a amplificação por amostragem da enorme afluência de visitantes, uma vez consideradas praticamente todas as ruas do centro, igualmente tomadas, nessa oportunidade. Sem falar na enorme procura pelos estacionamentos fechados.

Por demais consagrada, embora muito ainda lhe falte de estrutura e requinte, a vocação de comuna tipicamente turística. História, tradição e hábitos genuinamente interioranos, não lhe faltam.

Itu viveu uma tarde verdadeiramente domingueira numa segundona preguiçosa e acolhedora, na expectativa da comemoração do dia maior da pátria, o Sete de Setembro.

Uma pena que o sol da segunda se recolheu e não acordou a tempo na manhã seguinte, a impedir os festejos e desfiles programados.

O dever cívico e o orgulho nacional nem por isso ficaram desestimulados, uma vez que sentimentos dessa ordem brotam diretamente do coração e da alma. Mesmo para quem se prendeu à cama, os sinos da Igreja São Luís e os tiros do Quartel deram vivas à Independência, os canhões a ressoar em todos os cantos da Itu querida.                                 

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