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Publicado: Quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Uma nova Itu para o turismo

Muitas vezes esta coluna procurou despertar as autoridades sobre a importância de mais profissionalismo no trato com o setor turístico da cidade. Um dos problemas é que nossa estância nem Secretaria de Turismo exclusiva têm. Mesclada com os legítimos interesses de esporte e lazer, que nada tem a ver com turismo deve sobrar pouco tempo para uma maior dedicação a um setor de enorme complexidade e de intenso relacionamento humano com pessoas que precisam levar uma boa imagem depois de visitar nossa cidade.

Já concluímos até que o turismo não é prioridade para o governo municipal da estância turística. Para nós é muito chato gastar espaço desta coluna para repetir sobre a falta de infraestrutura, a displicência em relação aos turismólogos e guias de turismo locais, as deficiências explícitas em relação aos que visitam a cidade nos fins de semana quando diversas atrações ficam fechadas, a falta de material de propaganda, os portais do Senhor de Itu sempre vazios de informações, ocupados somente por guardas municipais que nada tem a ver com turismo. Tudo isso já foi dito.

Vamos esquecer os problemas. Vamos procurar soluções. Quem sabe ainda dá para aproveitar o restinho do ano do IV Centenário para uma proposta de mudança de postura, para uma Nova Itu. Não, não é loteamento mas, um novo desafio ao “trade” turístico ituano para atuar dentro de uma nova estratégia de ação, longe da lentidão, falta de empenho e burocracia administrativa dos que estão no poder. Eles vão passar, Itu não.

Nunca me esqueço do brilhante discurso de posse do presidente J.F.Kennedy que conclamou os americanos falando: “Não queiram saber o que o país tem a oferecer a vocês, mas, sim, o que vocês podem fazer pelo nosso país”. Conclusão: só a união de forças do trade local em busca de seus objetivos comerciais e sociais, só esse esforço poderá levantar a cidade para um novo patamar turístico.

Os empreendedores que investiram em Itu para oferecer retaguarda aos visitantes e manter suas metas comerciais e a ambição de que todos os envolvidos com o turismo cresçam de forma harmônica, precisam tomar uma nova postura.

Precisam aderir à estratégia de marketing de planificar a “venda” da cidade aos meios de comunicação, isto é colocar as nossas atrações, eventos, gastronomia, artesanato, antiquários, hotelaria, fazendas etc nas páginas da grande imprensa, nas revistas especializadas e em dezenas de “sites” dedicados ao turismo, o que poderá abrir novos horizontes criando nova oportunidade para o resgate dos recursos históricos, culturais, religiosos, geológicos, naturais e do folclore do “grande” desta terra.

Chega de encontros, seminários, planos de desenvolvimentos, inúmeras sugestões pontuais, Convention & Visitors Bureau etc. O Comtur, por exemplo, reúne 21 entidades, organizações e associações sempre atreladas a burocracias e às benesses financeiras do poder público como pode fazer mais do que já faz?

Está na hora de Itu partir em busca do seu destino de Estância Turística e tomar um rumo mais claro, ganhando a confiança da sociedade que, em breve, verá resultados positivos, fruto da união dos interessados. Teremos uma cidade mais bem conservada, limpa, com maior base de empregos, com grande número de visitantes, novas atrações e eventos, e aumento de renda e de qualidade de vida.

UMA NOVA ITU DEPENDE DE VOCÊ  E DE TODOS

Uma nova Itu depende de você e de todos, é questão de postura, de bom trato ao turista. Depende do porteiro do hotel ou pousada, da recepcionista de museus, agências, igrejas etc., do garçom, dos donos de bares e lanchonetes, dos estudantes, dos funcionários públicos.

Quando o trade perceber o sopro de bons ventos surgirá um clima de confiança na própria iniciativa privada, única que poderá reverter o atual quadro, independentemente de outros apoios, embora necessários.

O mais importante é que os novos rumos do turismo em Itu não terão nem vencedores e nem vencidos. A construção de uma melhor imagem, de uma maré promocional mais alta levantará todos os barcos e todos os que entendem e confiam que, afinal, estão no mesmo barco do turismo.

Em breve teremos o trem turístico que ligará Itu a Salto, o chamado Trem da República. A iniciativa, de ampla repercussão em âmbito nacional nos remete à história dos Estados Unidos, onde a conexão ferroviária Atlântico-Pacífico foi concluída em 1890. Nesse importante setor do transporte, nosso País deu marcha a ré e praticamente abandonou a ferrovia como meio de locomoção. Com certeza, o nosso trem se constituirá numa grande, numa enorme atração turística pois, uma considerável parcela da nossa população nunca andou de trem. E, reviver um modelo do passado, imponente, trará muitas recordações e entretenimento.

PLANEJAMENTO SÉRIO

Um planejamento sério, sem burocracia, para se usufruir de um promissor futuro, a médio prazo, depende essencialmente dos empreendedores ituanos. Paralelamente, a futura barragem do Piraí promete solução permanente para o abastecimento de água de Itu e o destino do tratamento dos esgotos, podem abrir um importante avanço para o conjunto das atividades econômicas locais. Afinal, esses dois segmentos muito contribuem para o turismo, embora isso não seja percebido pela maioria.

Além disso, devemos destacar duas ações importantes desenvolvidas pela Prefeitura. A primeira, o ótimo Festival das Artes do mês de julho. E, agora, o esforço para a realização, em Itu, do SWU – Music and Arts, na Fazenda Maeda. Poucos sabem, mas Itu e sua Prefeitura enfrentaram a concorrência de dezenas de cidades de todo o País, para abrigar esse evento, de enorme envergadura. Como já foi divulgado, o Festival acontecerá nos dias 9, 10 e 11 de outubro. Antes disso, em 21 de agosto, teremos a 2ª Festa a Fantasia do Camping Paineiras. É assim que se faz.

VALORIZAÇÃO DOS GUIAS

Os conhecidos Fernando, Fábio e Pipoca concordam num ponto: o turismo receptivo precisa de talento. E concordam também que é preciso esquecer os problemas. Na verdade, eles sentem falta de reconhecimento profissional. O segmento tem muita vontade, mas não é observado. Alegam que atendem nas propriedades, atendem as agências, trabalham por conta própria, mas continuam longe de serem lembrados como a linha de frente de atendimento e orientação aos turistas.

Esse é um ponto muito importante no relacionamento empresas x guias. O jovem turismólogo, com curso superior, representa um ativo formidável que custou anos

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