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Publicado: Quarta-feira, 6 de junho de 2012

Um encontro em prol das famílias

Conforme o Documento de Aparecida “A família é patrimônio da humanidade e constitui um dos tesouros mais importantes de nossos povos.” No entanto não vem merecendo, por parte das pessoas e da sociedade, o tratamento que merece. Sofre com isso abalos que vem provocando rachaduras graves em sua estrutura, dificultando sobremaneira sua missão. Apesar da importância social da família ela não consegue enfrentar as rápidas mudanças da sociedade.

São inúmeros os fatores que ameaçam a instituição familiar: milhões de famílias vivem em condições difíceis e até de miséria; os meios de comunicação invadiram todos os espaços, inclusive a intimidade do lar; cresce a violência sobretudo nas famílias desintegradas; as mudanças culturais modificaram os papéis tradicionais de homens e mulheres, além das tantas mulheres não valorizadas em sua dignidade e no cuidado e educação dos filhos.

Sem dúvida, a família enfrenta tempos difíceis! Entretanto, como bem diz o padre João Edêmio Valle (Revista Família Cristã – junho/2009 – artigo de Fúlvio G. Junior) : “Há alguma instituição mais humana do que a família? É o lar que proporciona aos filhos – seres em formação – o lento processo de amadurecimento humano, cognitivo, social e espiritual para a vida em sociedade. A família é o local privilegiado da humanidade. Nela nos formamos como seres humanos. Se a família torna-se incapaz de cumprir essa função formadora, não adianta depois recorrer a psicólogos ou a escolas caras para 'consertar' algo que os pais não fizeram”.

É, portanto, de suma importância toda iniciativa para socorrer a família, para que consiga resistir aos desafios atuais. Nesse sentido são muito oportunos os “Encontros Mundiais das Famílias” promovidos pela Igreja Católica, neste ano, de 30 de maio a 3 de junho em Milão.

O tema desta edição é “Família, trabalho e festa”. Estas três palavras formam um trinômio que começa a partir da família, para abri-la ao mundo: o trabalho e a festa são modos como a família habita o ‘espaço’ social e vive o ‘tempo’ humano. O tema põe em relação o casal, um homem e uma mulher, com os seus estilos de vida: o modo de viver as relações (a família), de habitar o mundo (trabalho) e de humanizar o tempo (festa).

Segundo a catequese proposta para o encontro, “a família é lugar de descanso e de impulso, de chegada e de partida, de paz e de sonho, de ternura e de responsabilidade. Por isso o trabalho não pode tornar a casa deserta, mas a família deve aprender a viver e a conjugar os tempos do trabalho com aqueles da festa. De modo particular, o domingo deve ser tempo de confiança, de liberdade, de encontro, de descanso e de partilha. O domingo é o momento do encontro entre o homem e a mulher. É acima de tudo o Dia do Senhor, o tempo da oração, da Palavra de Deus, da Eucaristia e da abertura à comunidade e à caridade. E deste modo, também os dias da semana receberão luz do domingo e da festa: haverá menos dispersão e mais encontro, menos pressa e mais diálogo, menos coisas e mais presença. Um primeiro passo nesta direção é ver como habitamos a casa, o que levamos a cabo no nosso lar. É necessário observar como é a nossa morada e considerar o estilo do nosso habitar, as escolhas que ali fizemos, os sonhos que cultivamos, os sofrimentos que vivemos, as lutas que enfrentamos e as esperanças que alimentamos”. 

A família precisa da nossa lucidez, do nosso coração e da bênção de Deus. Façamos a nossa parte!

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