Colunistas

Publicado: Sábado, 20 de agosto de 2011

Um corporativismo imbatível

 

      Dos grandes jornais, pela internet, das revistas semanais.

     Faça-se de todas as notícias um apanhado só. Um monumental imbróglio. De resultado desanimador.

     Um escândalo político abafa outro e ficam na mídia os mais recentes.

     O caso do Dnit foi expurgado. Resta cobrar de volta o dinheiro surrupiado. E não é pouco.

     Quase que simultaneamente, as proezas no Ministério da Agricultura e, como se não bastasse, a farra do pessoal do Turismo, encheram o noticiário.

     Claro que um prato cheio para a oposição, nomeadas as siglas mais afoitas. Se o PSDB agasalha nomes de respeito e tem razoável compostura, muito natural que apregoe a criação de uma CPI. O DEM, este diferencia daquele partido. Foi até alvo de certo chiste o rebate pelo lider do PT, diante da cantarola dos líderes do DEM. Para se entender melhor, repit a-se que tal partido se constitui de mera continuidade do extinto - ou abafado - PFL.

     Agiu bem o Planalto em um primeiro momento ao desassorear os quadros do Dnit (os da Agricultura, exceto o titular, cuidaram de sair por si sós, antes que fossem defenestrados).

     O primeiro nome da Agricultura - logo, o maior responsável por si e pelos que comanda - compareceu ao Senado e muito mal tentou explicar os males nefandos de sua Pasta. Teve o particular empenho de primeiro eximir-se e absolver-se das acusações contra ele. Viu-se, em transmissão direta, seu palavrório nada convincente, de que mal conhecia seus auxiliares. Iria contudo proceder a uma séria apuração e punição de eventuais culpados.

     Foi nessa aparição desse Ministro, que o DEM (ex PFL)., pela destacada figura do herdeiro do clã da Bahia, pretendeu execrar aqueles escândalos. O lider do PT o aparteou de pronto e falou que ali não estavam para merecer lição de moral de uma grei conhecida pelo seu passado. O jovem senador calou-se.

     Enfim, agora, os da oposição querem uma CPI, nem tanto para recuperar o nome da Casa e o bem do país, mas muito mais atiçar fogo num crise institucional.

      Partidos da base aliada deixaram a Presidente abandonada. Ela merecera nos primeiros meses de governo, boa aceitação e merecera até elogios em longo artigo de conhecido economista, eleitor do Serra. Opinara ele favoravelmente, porque Dilma Rouseff agradara nas suas primeiras ações.

     O melancólico de todos esses fatos recentes, foi a incrível pressão exercida sobre a Presidente Dilma. Diferentemente de atitudes firmes de pouco tempo atrás, Sua Excelência confirmou Ministros e prometeu liberar polpudas verbas para os senhores políticos aplicarem em seus Estados.

     O país se curva, mais uma vez, ante um vergonhoso corporativismo.

     Acomodam-se interesses de todos os lados.

                                  .................................................................................

     A matéria estava pronta, na terça, 16. Somente depois veio a se saber que o Ministro da Agricultura resolvera se demitir, no dizer dele, por solicitação da esposa e dos filhos.

Comentários