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Publicado: Segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tudo na mais perfeita ordem

Tudo na mais perfeita ordem. Ou na mais adorável desordem?

Depende!

Não há nada mais irritante do que desordem dos outros ou a implicância dos outros com a nossa desordem.

Há quem diga que a excessiva preocupação com a ordem é coisa de gente medíocre; pode até ser, mas há controvérsias.

Será que o inverso é verdadeiro? Que bagunça é sinal de superioridade intelectual?

Se assim fosse, eu estaria bem, pois não consigo colocar algo duas vezes no mesmo lugar, muito menos arranjar tempo para arrumar as desordens anteriores, mesmo porque. não acho que isso seja importante.

Importante para mim é receber amigos sem me preocupar se a sala está arrumada, se as almofadas estão nos devidos lugares ou se o jornal não está esparramado por ali. E, vejam só, nunca perdi um amigo por isso

Marido e mulher, (oh, o eterno e perene desafio!) entre as tantas implicações da convivência não há que desprezar o problema do valor dado às pequenas desordens de um ou do outro.

Ele não entende porque não pode deixar a lista telefônica... (onde será que eu deixei?)... é só procurar um pouco que a gente acaba achando ...

Em compensação quando ele foi deitar-se no seu lado da cama estavam, algumas revistas, uma caneta, dois óculos, um controle remoto e alguns papeis de balas.

▬Oh, meu amor, eu só estava me distraindo um pouco enquanto você assistia o jogo lá na sala, a propósito, você não fez bagunça por lá, não?

▬Não! Eu sou ordeiro, não suporto desordem.

▬Acho bom, porque amanhã é folga da Meiriluce.

▬É folga dela? Que bom!

▬O que você disse?

▬Nada, só pensei...

Se a Meiriluce viesse, provavelmente. ele nunca mais veria os recortes de jornal que deixara sobre a mesa de centro, pois a Meiriluce era campeã em guardar coisas nos lugares mais inusitados e jogar fora o que achava que fosse lixo.

Amanhã ele guardaria aquilo. Amanhã, hoje, não.

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