Colunistas

Publicado: Domingo, 19 de dezembro de 2010

Termina 2010

Termina 2010
A beleza da vida está na capacidade de aprender

Parece enfim que chegou o fim... Mas, será que essa gostosa sensação de conclusão justifica o sentimento de impotência diante do tempo? E o que é o tempo senão a soma das lembranças que marcam nossas vidas? Como nos disse Mario Quintana, “para sempre é muito tempo. O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”. 

É desse tempo que quero, mais uma vez, dizer aos leitores. Aliás, depois de tantas palavras, tantos assuntos abordados nesta coluna, não poderia terminar o ano sem dizer da alegria e da satisfação em receber os mais variados comentários sobre os temas publicados. 

Tenho absoluta consciência da responsabilidade que assumo diante de cada posição defendida, de cada palavra dita e, também, por isso tenho sempre muito cuidado. Escrevo com a subjetividade que a vida nos reserva, porque no exercício da nossa existência não há verdade que não possa ser revista. Não há padrão estabelecido que não possa ser redefinido. Há sim aquilo que fazemos ou deixamos de fazer e, portanto aquilo que aprendemos ou não. E aqui mora a beleza da vida: assumir, sem vergonha, sem orgulho, sem medo de errar, a postura permanente de aprendiz: mutável por excelência.      

Mas voltando ao tema da nossa conversa, e consciente da minha insistência, tenho que abordar o tempo, porque ele representa hoje mais um ano que termina, nos permitindo quem sabe, e isso depende de cada um, transformar as tristezas e as frustrações em atitudes proativas.   

Sim, isso é possível.  Martha Medeiros diz que a maioria dos nossos tormentos não vem de fora, estão alojados em nossa mente, cravados na nossa memória. E não há momento melhor para enfrentá-los. Aliás, os ritos de passagem foram criados exatamente para nos encher de coragem. 

Assim, construir, cultivar e manter o verdadeiro sentido dos ritos de passagem é papel da família, não importa o seu tamanho e os seus arranjos. E dessa responsabilidade, se queremos de fato praticar o afeto e a possibilidade de que podemos fazer o melhor do que somos capazes, apesar das circunstâncias por vezes impostas, não podemos fugir. Ainda que isso nos dê muito trabalho: casa bagunçada, sujeira no chão e pia cheia.    

Afinal, o que fica mesmo no dia seguinte ao Natal é a alegria conquistada das nossas ações ao longo do ano que termina. 

Feliz 2011!

Comentários