Colunistas

Publicado: Sexta-feira, 17 de junho de 2016

Solução matemática

Solução matemática

Faz-se ideia de que, talvez, nunca este país esteve tão desacreditado aqui e fora como nestes dois últimos anos. Certamente que ao declarar-se brasileiro no exterior, seja tal pessoa olhada se não com desdém, ao menos com piedade, quando não de receio até.

Períodos de crise intensa desde os anos sessenta; pseudo revolução para depois nem para a história sobrar qualquer resíduo proveitoso perante tanto malogro; cassação de mandato e agora impedimento de presidentes:agora, o véu levantado da perfídia dos congressistas; por último o fiasco do futebol que um dia encantara o mundo. Tudo, pois, num quadro tétrico e desanimador.

Mesmo assim e nem por isso, na residência de uma parlamentar, deixou de acontecer neste junho uma noitada de São João, em que a ousadia dessa confraternização fez exalar um odor do maior desprezo pela desordem generalizada.

Riram à beça, comenta a mídia nacional.

Evidentemente que afora os políticos, categorias outras beneficiadas à larga com salários polpudos pagos pela burra oficial, pouco se comovem e compõem a minoria assaz privilegiada.

Nesta hora, admire-se o estoicismo do trabalhador comum.

Algumas categorias melhor organizadas, de novo invadem ruas e praças, embandeiradas e em geral com larga faixa representativa de sua classe, a vir na frente.

Durante um mês, substituído o poder da República, eclodiram todas as farsas possíveis e quem for ministro que nem pense esquentar a cadeira; uma a uma, a face oculta dessa gente vai sendo revelada.

E não é que numa roda de fofocas, dessas de bancos da praça ou imediações de bares e bancos, em que o povo se aglomera, surge de alguém uma possibilidade deveras engenhosa, ou seja:

Seria necessário contratar-se uma agência especializada, de nome ilibado, para proceder à soma minuciosa de todos os valores surripiados, algo ainda mais definido e detalhado do que o dessa última, a da generosa distribuição da Transpetro. Pormenorizadamente.

De todo modo, uma sugestão para se penalizar a todos proporcionalmente:

- Toma-se o valor usurpado ao erário, cortam-se as seis últimas casas e o resultado corresponderia ao tempo da pena a ser cumprida.

- Exemplo: o cidadão surrupiou R$ 18.000.000. Dezoito anos de cadeia.

- Penas: máxima, 20 anos de reclusão. Mínima: 1 ano (esta para quem fora contemplado com menos de R$1.000.000).

- Visitas liberadas e banhos de sol.

- Tornozeleira eletrônica e pouso domiciliar obrigatório, somente para pessoas com mais de 65 anos; visitas a parentes, no Natal e Ano Novo.

Para aqueles que devolverem todo o numerário, redução de um terço da pena.

Em tempo: Igual medida seria aplicada ao Legislativo e Executivo, nas esferas estaduais e municipais.

Pronto.

Fala sério...

Comentários