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Publicado: Segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sinal dos tempos

Sinal dos tempos

Não poderia ser trazido aqui um título de crônica com chavão mais batido do que esse: sinal dos tempos.

Para a população de média idade e para os moços de hoje, soa estranho falar das mudanças introduzidas ao longo dos tempos.

Há que se reconhecer por primeiro que as adaptações são inevitáveis, a perder-se a conta de quantas fórmulas, meios e recursos simplificaram a vida moderna. O progresso é inexorável. No fundo, para o bem de todos.

Entretanto, ah se em alguns aspectos fosse possível retroceder...

O respeito mútuo despencou como se o cavalheirismo fosse hábito desprezível, desnecessário e fora de moda. Está substituído pela esperteza.

Um resíduo mínimo de caráter no exercício do múnus público, a política em especial – que já era sofrível, atingiu o descaramento e a afronta. Da tríplice e pretendida guarda da ordem, a Justiça, o Legislativo e o Executivo, pendem tentativas várias, os últimos a querer apequenar o equilíbrio até agora razoavelmente mantido pela primeira.

De um comentário ingênuo deste tem-se consciência de que muitos leitores, não todos, encaram o autor como fora do contexto. Tardio, se não ingênuo. Bem o sei.

Na idade provecta - chega-se lá um dia – o filme da vida demonstra pelas evidências que o conforto, o modernismo, o avanço da técnica, o sistema bambeado de educação, por si só não asseguram felicidade. No máximo, uma falsa segurança.

Para a semana, quiçá emoldurada de azul brilhante, chovem promessas de reformas para todo lado.

Se lhes aprouver, faculta-se, amáveis leitores, alterar o título deste breve encontro para o abaixo assinalado:

Esse filme já foi visto.

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