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Publicado: Quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Ser Amigo!

Crédito: álbum de família Ser Amigo!
Que eles possam, quiça, um dia compreender, e levar vida afora, o sentido da amizade.
 
 
Eu acredito que todos nós já tivemos alguma decepção com amigos. Tenho meditado sobre este assunto, tenho pensado nesta palavra “amizade” constantemente, à busca de respostas.
 
Afinal, amigo é aquele das horas alegres, das horas de bonança, das horas de sucesso?
 
Ou amigo é aquele que aparece nas horas em que você acha que ninguém irá aparecer, quando você não mais acredita, quando você está só, perdido nos inúmeros labirintos da existência humana?
 
Acho que este poema começa a responder a esta questão, tão presente em nossas vidas.
 
 
SER AMIGO!
 
Ser, existir, estar presente.
Parece esta ser a primeira, e única, condição para ser amigo.
O amigo nada pede, está lá quando o outro precisa.
Nada exige, se entrega, de corpo e alma,
Sem pré-condições e sem senões.
 
Ser amigo é caminhar ao lado, em silêncio,
Quando nada há a ser dito, mas tudo a ser sentido.
Ser amigo é estender as mãos quando nada mais resta
É compreender o outro, quando ele próprio não se compreende.
Vencido pelas tantas e quantas surpresas da vida,
Nada mais tem, nada mais espera, em nada mais acredita,
A não ser na amizade, bálsamo para todas as feridas.
 
Amizade!
Palavra linda, sublime, encantada.
Traz em si a beleza da história da existência humana.
Amizade!
O maior feito do ser humano
A maior conquista do ser.
É a entrega total, infinita, eterna.
 
Tijolo por tijolo, uma amizade verdadeira demora para ser construída
Mas quando é construída, se torna eterna, atravessa os tempos.
Transporta pessoas de um lado ao outro dos oceanos
Só pelo prazer de estar um pouquinho com a pessoa amiga
Sentir seu calor, sentir seu cheiro, sentir seu perfume, receber um beijo...
Tomar um café a dois, olhando o horizonte,
Falando das coisas boas que, juntos, viveram.
E das tantas e quantas batalhas, que juntos venceram.
Ser amigo é uma constante troca, um constante vai-e-vem de afetos,
De momentos carinhosos, de momentos doces, de alegria infinda.
 
Ser amigo é bater à porta, quando todas as portas se fecharam.
É estar presente, mesmo que em silêncio,
Quando todos os demais se foram
È chegar de mansinho, na calada da noite,
Para espantar os fantasmas dos inúmeros pesadelos humanos.
É dar as mãos com delicadeza e dizer, apenas com um olhar,
Que a amizade é a flor mais perfumada que o ser humano já pode conhecer
É o mais sublime dos amores...
 
Estar presente quando todos estão presentes?
Dar as mãos, quando todos estão de mãos dadas?
Perdoar o perdoável?
Compreender o compreensível?
Aceitar o aceitável?
Entregar-se dentro do possível?
Pôxa! Isto é o comum!
Ser amigo é ser incomum, é surpreender, é chegar no momento certo,
Quando tudo o mais tem dado errado...
Ser amigo é dedicação, compreensão, devoção, e, principalmente, perdão.
É perdoar o imperdoável, é compreender o incompreensível,
É amar, quando não mais existe lugar para o amor...
É mostrar-se presente, quando todos se foram...
É estender as mãos, quando suas mãos são as únicas que restaram,
E dançar uma valsa, quando o baile já se acabou...
Ser amigo é esquecer-se de si mesmo para lembrar-se do outro
Em uma entrega total, sublime, infinita.
 
Ser amigo, enfim, é lembrar-se, constantemente,
Que a vida, por si só, é pequena, mas pode tornar-se grande.
E uma grande vida é feita de pequenas coisas
A palavra  “amigo” é uma dessas pequenas coisas...”
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