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Publicado: Domingo, 13 de junho de 2010

Sair do lodaçal

Décimo Primeiro Domingo Comum.

13 de junho.

Ano “C” de Lucas, com sua narrativa no capítulo 8, versículos do 36 ao 50.

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Hoje, excepcionalmente, convida-se os leitores a que façam a leitura diretamente nas escrituras, Novo Testamento, eis que ali o texto é um tanto longo.

Conta o evangelista sobre o convite feito por um fariseu a Jesus, para uma refeição em casa dele.

Havia muitos convidados ali.

Sabedora, Madalena, pecadora notória, que Jesus estava lá, apresentou-se no local.

Entrou e, movida pelo peso de suas culpas e vida desregrada, ficou por trás de Jesus, a chorar copiosamente. Como suas lágrimas recaiam sobre os pés dele, enxugou-os com seus cabelos e os cobriu de perfume que trouxera consigo.

Os presentes logo começaram a murmurar. Inclusive o próprio fariseu, anfitrião, cogitou de si para consigo: se Jesus era um profeta, como não soube perceber que ali se prostrara uma pecadora.

Aí então Jesus propôs ao fariseu uma breve história. A de que um credor tinha enorme dívida por parte de um cliente, ao lado de outra conta, pequena, de outro. Mas ele, num gesto meritório, resolvera perdoar a ambos os devedores. E perguntou a Simão qual dos dois homens ficara mais agradecido ao credor. Simão ofereceu a resposta óbvia: aquele que mais devia. Jesus o elogiou pelo acerto de sua conclusão e, à pecadora, mandou que fosse, porque seus pecados estavam perdoados, salva que fora pela sua fé.

No contraponto, antes, Jesus ponderara a Simão não o ter recepcionado  com a devida atenção, sem ao menos cumprir hábito corriqueiro aos costumes daquele tempo, de se oferecer água para acepção das mãos a todo conviva.

No final, entre si, os presentes ao ágape comentavam quem seria esse homem, que pregava e agia a ponto de perdoar pecados.

Compreende-se, por isso mesmo, que em tantos casos análogos em todos os tempos, pecadores públicos e conhecidos, quando permitem que a graça os alcance, assumam vida nova. Mostram-se sobretudo fiéis e perseverantes, felizes de muito tentar retribuir pelo muito que ganharam.

Veja-se o exemplo de santos, queridos pela devoção popular, que igualmente se redimiram pelo arrependimento sincero e saíram do lodaçal.

Às vezes a queda é brusca, como a do intrépido Paulo ao cair do cavalo, que passa de perseguidor a dispensador do evangelho aos gentios.                                                                        

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