Sabor das Amoras
Há muito tempo, ouvi esta historinha: No Oriente um monge muito piedoso, após muitos anos de meditação, resolveu sair do mosteiro para ver como estava o mundo.
Caminhava lentamente quando percebeu passos que o seguiam. Ao voltar-se, viu um tigre. Parou. O tigre também parou. Voltou a caminhar, apressando o passo e ele também. Já estava a correr quando se deparou com um precipício que o impedia de continuar. À beira do abismo havia um arvoredo e ele apressadamente, galgou a primeira árvore, e sentiu-se a salvo do tigre.
Respirou aliviado e, ainda ofegante, ouviu um rumor do alto e pelo seu azar, deparou-se com outro tigre, acomodado em outro galho, a observá-lo.
Pânico! Se procurasse descer, cairia nas garras do perseguidor, se ficasse, corria o risco de ser atacado pelo outro.
Que fazer? Permaneceu imóvel. Foi quando sentiu que chegava até ele um delicioso aroma de amoras. Então pensou: nada posso fazer, vou ficar aqui e como não posso subir ou descer, vou aproveitar e desfrutar deste aroma.
Escrevo esta historinha muito antiga, talvez já bem conhecida por todos, para aplicar na nossa vida.
O primeiro tigre quer dizer o passado que sempre nos persegue.
O segundo tigre é o futuro, do qual não podemos fugir.
E as amoras? Simboliza a nossa esperança.
Que fazer com o primeiro tigre? O passado deve ser entregue nas mãos de Deus com o nosso arrependimento (se, for o caso).
O segundo tigre é o futuro; ser confiante levando uma vida digna, honesta e alegre (apesar dos percalços da vida).
Mais uma vez perguntamos: e as amoras?
As amoras são o presente e o seu sabor serão mais intensos se nos imbuirmos de ternura e, sem medo, transformar o nosso coração invadindo com doçura os que se aproximarem de nós para que possam sentir o delicioso sabor da amoras.