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Publicado: Quinta-feira, 23 de junho de 2011

Responda você mesmo

XIII Domingo do Tempo Comum.

Junho, 26. 2011.

Evangelho de Mateus. Versículos do 37 ao 42.

Capítulo 10. Breve e profundo, na mensagem.

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“”  Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. Quem vos recebe a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo por ser justo, receberá a recompensa de justo. Quem der ainda que seja um copo de água fresca a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”.  “”

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Não é finalidade neste humilde empenho de trazer tópicos que consigam abrir pistas de reflexão sobre os evangelhos, qualquer aprofundamento do assunto. Como o próprio vocábulo indica – reflexão – assinalam-se quando muito pistas que poderão ser desenvolvidas ao sabor e proveito de cada leitor, a seu critério. Além, é claro, de outras considerações, eis que a sagrada escritura leva ao infinito as possibilidades de consideração e apreciação de seu precioso conteúdo. Todos sabem disso muito bem.

Hoje, por exceção e porque o texto é breve, quase que se torna viável prender a consideração a cada tópico de per si.

Quem ama mais seu pai ou sua mãe ...

Não desaconselha Jesus nem minimiza Ele o amor que é devido aos progenitores, pai e mãe. Jamais o faria. Quer, isto sim, exacerbar e valorizar, pela via da comparação, de que proporção surge Deus Nosso Senhor como primícia da afeição e do devotamento, mais ainda no caso,  da legítima adoração de parte do homem. Amar a Deus sobretudo e em primeiríssimo lugar.

De um amor superior e, repita-se, de adoração mesmo, quando proclama que nem aos filhos se há de comparar a qualidade do amor a Deus. Tampouco é excludente essa comparação, até porque, só de uma entrega total a Deus é que se há de esperar amor perfeito aos filhos. O afeto puro e intrínseco a Ele dá forma perfeita ao carinho das pessoas entre si.

Quem não toma a sua cruz ...

É instintiva e natural a fuga do sofrimento e da dor. Afora aquela provocada pela inépcia e abuso do prório ser humano, outros sofrimentos que surgem ou aparecem sem terem sido provocados, levam sim, ao crescimento espiritual, porque sem saber-se da causa de sua origem, há de se concluir que Deus a essa provação não está indiferente. Favorecem o aprimoramento da vida interior e, mesmo assim, fazem legítimas todas as procuras de evitar ou acabar com tais males, os imprevistos e inesperados. O sofrimento aperfeiçoa e talvez se possa inferir da referência à cruz, que afinal Ele próprio carregou. Todos se sujeitam a ter a sua. Seja a aceitação e resignação, aquela ajuda assemelhada à do Cireneu. Não resolveu, mas ajudou Jesus.

Quem procura conservar a sua vida ...

Há que se viver aqui com naturalidade e com todo proveito que a vida temporária e humana permitam. Anelo justo. Perde tudo porém quem tudo concentra na mais passageira das experiências, por mais longa que seja, que é a vida na terra. Esta, no máximo, é preparo e abertura de portas, para aquela outra, sem fim. A eternidade.

Quem der um copo de água ...

Alguém, que nunca tenha causado mal a outrem, mas fechado em si mesmo e que passou indiferente às necessidades e dores alheias, sem lhe dispensar um mínimo de atenção, faz-se merecedor de recompensa? Ainda mais da recompensa eterna?

Responda você mesmo.

                                                                        João Paulo

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