Colunistas

Publicado: Quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Questão de preferência

Num conhecido movimento de Igreja – a católica – seus participantes convivem com muitos slogans e brocardos, cujo conteúdo os ajuda a manterem-se afinados com a causa que abraçaram.

Um deles – prático, objetivo e verdadeiro. Cabível inclusive em qualquer modalidade de trabalho, circunstância e situação, tamanha é a sua aplicabilidade. Ao se tratar então da multiplicidade de obrigações que o próprio homem se impõe ou a isso se sujeita, sua validade é preponderante.

Que adágio, afinal, seria esse?

Ei-lo:
“Ter tempo é questão de preferência”.

Se a gente se distrai um pouco e não se organiza, começam a aparecer compromissos a cada dia e de toda espécie. 

Com o passar do tempo e o acúmulo desmedido de funções e atividades, ocorre um primeiro erro, porque fatalmente se passa a dar preferência aos ambientes em função das pessoas que os freqüentam. Pois nem sempre esse critério será o melhor.

Pode haver situações em que a finalidade da instituição precise mais de você e até porque ela não recebe a cooperação merecida, ali sua presença é vital.

Esses pensamentos demonstram facilmente como os tempos mudaram. Ao se falar em mudança, é de se perguntar se ela se opera mais frutuosamente. Uma análise caberia sobre comportamentos de outrora em face dos de hoje. Sem cair no ramerrão do mero saudosismo, assegura-se que se vivia outrora com muito mais tranquilidade, menos sofreguidão e maior atenção a causas boas.

Para falar pouco, a sociedade ainda não se deu conta de qual percentual se consome, particularmente e no geral pelo poder público, em face da violência. Em particular, você se cerca de mil cuidados antes dispensáveis: muros, grades, guarda própria. O rol é infindável.

Preste um pouco a atenção: veja a figura de um desses heróis que compõem a chamada guarda nacional ou polícia especial, que atuam nos grandes centros, Rio e São Paulo com mais evidência. Uma roupa escura, botas, boné, calça e camisa a que se sobrepõe o colete à prova de bala, cinta, munição, fuzil. E roupas de baixo também, evidentemente. Só em vestimenta, indumentária, objetos, qual o custo de um desses protetores da sociedade, antes ainda de se falar em salário? 

Homens e mulheres, crianças e adultos, as populações, viraram presa fácil do banditismo. O pior de tudo que todo esse aparato, necessário embora, jamais vai resolver a situação, porque o fulcro e as origens desse mal cresceram e se firmaram a tal ponto, que a legalidade jamais vencerá a violência. Não se ataca o mal na raiz. Perdeu-se o controle.

Cada pessoa, ao menos para se vir relativamente a salvo da barafunda em que se vive, deve priorizar momentos, selecionar lazeres.

E muito o ajudará, voltar ao conteúdo do jargão sábio e amigo:

“Ter tempo é questão de preferência”.

Use bem o seu tempo.

A experiência e a realidade indicam que nunca será possível nem recomendável pretender estar em todos os lugares e agregar metas novas sem programação.

Tanto que pode você talvez estar num meio em que pouco se aproveite do seu potencial, enquanto noutro lugar pessoas de sua qualidade façam falta.

Comentários