Quem é quem?

As passeatas de protesto, pacíficas e ordeiras, pareceram a princípio um vislumbre de que o país se levantava – a outorga do voto assim o permite – para dizer aos políticos que não suportariam mais os desmandos e desvios da vultosa arrecadação de impostos. Um paradeiro na farra impune do Planalto.

A imprensa local e internacional, neste mundo em que a mídia transforma os mais distantes recantos da terra em meros vizinhos, também teve a mesma impressão. Os cidadãos queriam o fim da desordem.

Já de saída, então, não se entende de como autoridades (no final das contas os próprios políticos), não conseguem agora reprimir essas reações de mascarados, a depredar prédios públicos e comerciais, além de incendiar veículos.

No começo do manifesto popular organizado, as lideranças no governo – executivo e legislativo, - ensaiaram a farsa de que, finalmente, a ordem no Brasil seria restabelecida.

Quando a presidência do Senado, pelo seu titular de passado sobejamente conhecido, proclamou em voz elevada de que seria ele o autor da proposta a conceder passe livre a estudantes, percebeu-se que tudo, outra vez, seria mero engodo.

Paralelamente, trocavam-se farpas no Tribunal maior da Justiça brasileira. Políticos e comparsas, de golpe comprovado contra o erário, de tão notória sua culpa, acabaram condenados.

Um luz de esperança se acende , de novo, no país.

Passadas as férias de meio de ano, eis que embargos tidos e havidos como inconsequentes e descabidos, readquiriram validade com um repentino e misterioso sopro de ressurreição.

Desencanto e revolta da Nação.

Esperar o que e de quem?

Ah, sim, ano vindouro, tempo de eleições!

Bem, estivesse o brasileiro mais atento para o fato de que a força está mesmo no voto, haveria remédio.

Mas, voto de eleitorado cativo, não muda nunca. Daí que ...

E, no que respeita ainda às arruaças que continuam a ser promovidas diariamente, nem o mais néscio dos mortais ignora que se existem mascarados baderneiros, eles não surgem por acaso.

Quem os remunera?

O serviço de inteligência, da segurança nacional e estadual, não sabe como descobrir quem ou quais seriam seus mentores e quem os financia.