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Publicado: Sábado, 8 de junho de 2013

Prece

Prece

Quando era pequeno e ficava na casa da minha avó materna, sempre presencie esta nas suas preces matinais, assim como meu eterno avô. Mas eram preces silenciosas sem exaltações.

Hoje, seguindo os ensinamentos da doutrina espírita, iniciados quando pequeno ainda pelos testemunhos e exemplos do meu avô me deparo com o Capítulo XXVII do Evangelho segundo o espiritismo de Allan Kardec, o qual cita que: “E quando orais, não haveis de ser como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas, e nos cantos das ruas, para serem vistos dos homens; em verdade vos digo, que eles já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e fechada a porta, ora a teu Pai em secreto; e teu Pai, que vê o que se passa em secreto, te dará a paga. E quando orais não faleis muito, como os gentios; pois cuidam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não queirais portanto parecer-vos com eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, primeiro que vós lho peçais” (Mateus, VI:5-8).

Do nada adianta ainda quando nos colocarmos em oração, tiver o coração manchado contra alguém, deve-se perdoai-lha antes de qualquer coisa, para que também o nosso Pai nos perdoe, pois se nós não perdoarmos, também não poderemos requerer o perdão de nossos pecados. Mas não devemos fazer tal ato por obrigação, mas sim de maneira pura, por livre e espontânea vontade.

Não existe a melhor prece ou maneiras de realizá-la, mas ela tem de ser pura e sincera solicitada com o fervor de nosso coração e da maneira mais humilde possível, sem querer nada em troca. Muitos infelizmente só se lembram de realizar uma prece quando estão em perigo, necessitados ou desesperados. Na verdade, entendo que nossas preces devem ser diárias, em forma de agradecimento ou solicitar ajuda se precisarmos para acalentar nossos corações.

A prece, a meu ver, não se faz necessária ter formas ou ritos, às vezes, um pensamento sincero já se traduz numa prece. “A prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o ser a que nos dirigimos. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou um louvor. Podemos orar por nós mesmos ou pelos outros, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios; as que são dirigidas aos Bons Espíritos vão também para Deus. Quando oramos para outros seres, e não para Deus, aqueles nos servem apenas de intermediários, de intercessores, porque nada pode ser feito sem a vontade de Deus”.

Como explicado no Evangelho, não há necessidade de preces regulares pela manhã ou a noite e em dias específicos, a prece pode ser de todos os instantes e sem interromper nossas atividades, o mais importante é que um destes pensamentos em forma de prece parta do coração, sendo este mais ouvido do que as preces longas e repetidas, quase sempre sem um motivo imediato, apenas porque estamos maquinado àquele hábito.

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