Colunistas

Publicado: Quinta-feira, 22 de abril de 2010

Perigos on-line

A Internet é, sem dúvida, a estrela dos meios de comunicação social. Nada foi capaz de revolucionar tanto os meios de comunicação. Sem dúvida, ela oferece facilidades e melhorias para a vida moderna na área de informações e de interações entre as pessoas; mas, sendo um meio aberto e ingovernável, acaba poluído por uma enorme quantidade de “lixos”, alguns inofensivos e outros altamente perigosos e prejudiciais, sobretudo à moral e aos costumes.  Tudo à mostra, disponível às pessoas maduras e responsáveis, mas também aos irresponsáveis, às crianças, adolescentes e jovens, a maioria imaturos e despreparados para enfrentar esse gigante.

O Concílio Vaticano II – já em 1965 –, no Decreto Inter Mirifica, tratou dos Meios de Comunicação Social. Continua atual: “A mãe Igreja sabe que estes meios, retamente utilizados, prestam ajuda valiosa ao gênero humano, enquanto contribuem eficazmente para recrear e cultivar os espíritos e para propagar e firmar o reino de Deus; sabe também que os homens podem utilizar tais meios contra o desígnio do Criador e convertê-los em meios da sua própria ruína; mais ainda, sente uma maternal angústia pelos danos que, com o seu mau uso, se têm infligido, com demasiada frequência, à sociedade humana (item 2).”

De fato, a Internet é apenas uma ferramenta, não faz nada por si só; seus resultados dependem do modo com que é utilizada, por isso é de vital importância uma correta educação para o seu uso. Não se pode tratá-la como um universo sem lei e anônimo, mas é preciso consciência moral de que aí devem valer todas as regras de civilidade e boa educação, como bem lembra o psicólogo Rodrigo Nejm, membro da ONG SaferNet Brasil, que atua contra as violações  dos direitos humanos na Internet.

Preocupa, por exemplo, o fato de seu uso poder se transformar em um vício, especialmente entre adolescentes e jovens, levá-los a um isolamento do mundo real, inclusive com problemas de faltas às aulas, piora no rendimento escolar, no roubo de horas de sono e na qualidade das refeições. A facilidade de acesso a conteúdos impróprios à idade e perniciosos, como é o caso da pornografia, é algo suficiente para tirar o sossego dos pais. A violência, o preconceito social e racial, a formação de grupos radicais, constituem grande perigo. Engrossa esse quadro preocupante a pedofilia que encontrou campo fértil e facilidades na Internet, constituindo-se hoje um dos grandes problemas sociais. 

A Internet merece atenção e cuidado, das nossas autoridades, dos nossos governantes e da sociedade em geral, especialmente dos pais que precisam cuidar para que seus filhos não “caiam na rede”, como peixes inocentes...

Proibir o uso não resolve, mas cabe aos pais acompanhar o que os filhos fazem ... Algumas dicas podem evitar maiores transtornos...

- Preserve sua vida íntima, não divulgando seus hábitos, horários, itinerários, amigos e locais de frequência habitual ... Tenha cuidado redobrado nos sites de relacionamento...

- Nunca forneça dados pessoais, como sobrenome, telefone, endereço, escola em que estuda, senhas, fotos...

Lembre-se de que tudo que você coloca na Internet espalha-se como vírus...

Nunca marque, nem aceite encontros pessoais pela Internet... Nunca se sabe quem está do outro lado. É muito fácil simular e se passar por outras pessoas, escondendo sua real intenção...  

Viver bem requer disciplina; no caso da Internet a ordem é fiscalizar clara e abertamente, com a maior naturalidade, sem autoritarismo, mas com autoridade.

Usar dos recursos técnicos de proteção para bloquear o acesso aos sites de conteúdo impróprio.

Também é interessante fazer um “contrato de conduta” com os filhos para estabelecer os limites e definir as boas práticas na Internet.

Outra coisa importante é manter o computador em espaço comum da casa e nunca no quarto.

Ainda em relação à pedofilia: “Os pedófilos exploram a internet, produzindo e difundindo imagens pornográficas de crianças, promovendo o turismo sexual para relacionamentos pedófilos, aliciando vítimas e fazendo apologia e incitação ao abuso e exploração de crianças e adolescentes. Ou seja, nossas crianças e adolescentes podem ser vítimas de pedófilos sem sair de casa. A prevenção é fundamental e os pais ou responsáveis são peças-chave para evitar o pior”, lembra Rodrigo Nejm.

Finalmente, os pais precisam estar atentos aos sinais que podem indicar algum envolvimento dos filhos: desligar o computador quando um adulto se aproxima; usar compulsivamente a Internet sem pausas, prejudicando outras atividades antes praticadas; ganhar presentes e brinquedos de origem desconhecida; mudanças de hábitos; passar a usar a rede apenas à noite ou na ausência de adultos; passar a frequentar lan-house em vez do computador de casa...

Mais informações acesse: www.safernet.org.br ou pelo e-mail: [email protected].

Comentários