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Publicado: Quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Palmada pedagógica, pode?

Palmada pedagógica, pode?
Não para a palmada

Falar sobre filhos e como educá-los é sempre um assunto polêmico porque cada família tem seus conceitos, sua noção de valores e sempre acha que tem a fórmula mágica. Mas no fundo todos sabemos que não há fórmula mágica para isto e que muitos fatores devem ser levados em consideração quando se vai educar e formar um indivíduo.

Respeito à individualidade é um fator muito importante. Todos somos únicos. Ninguém é igual a ninguém e este olhar é fundamental no momento de educar evitando comparações.

Já que estamos falando em educar e palmada pedagógica peço que levante a mão quem apanhou pelo menos uma vez do pai ou da mãe? Aposto que você pensou em levantar e imediatamente lembrou de umas palmadas que já levou. Isto porque a grande maioria já apanhou pelo menos uma vez.

Veja os resultados da Pesquisa Data fora de julho/2010 que ouviu 11000 e apontou que:

  • Já bateram nos filhos - 69% das mães e 44% dos pais
  • Já apanharam dos pais - 74% dos homens e 69% das mulheres
  • Lei da Palmada são contra 54% e 36% são a favor

Mesmo tendo a maioria das pessoas apanhado dos pais quando eram pequenos mais da metade se posicionou contra. Mesmo assim, obter 36% de pessoas favoráveis nos deixa preocupados.

Quando falamos em palmada pedagógica eu acho que a nomenclatura está perfeitamente correta, pois os filhos que apanham em casa, batem na rua. Veja que a palmada é realmente pedagógica que a criança aprende a bater mesmo que só tenha levado tapa uma vez. Isto porque a criança imita o comportamento do adulto. Se o adulto bate na criança a criança bate no coleguinha ou no irmão mais novo. Se o adulto grita com a criança, a criança irá gritar com o coleguinha, com o irmão mais novo, com o seu ursinho. Até o dia que irá gritar com seus pais.

Às vezes são só palmadinhas, mas muitas vezes são bofetadas, surras ocasionando inclusive lesões graves e até morte. É por isto que o estado tem que zelar pela segurança das crianças e esta segurança não pára na soleira da porta das famílias. O castigo corporal é uma violação do direito da criança. “Qualquer ato que provoque dor é um ato de violência” .

Para cada uma das fases da criança tem que haver uma estratégia de educação e de disciplina por parte dos pais. O pai tem autoridade, porém não deve apelar para agressão física. Autoridade não é agressão física. Sabemos que é mais trabalhoso educar sem palmadas, porém é mais eficiente. Para educar é necessário paciência, persistência e amor. Tudo isto regado a muito diálogo. Somos seres inteligentes que fazemos uso da linguagem para nossa comunicação, porque então usar da agressão física para educar e não a linguagem? Quando damos uma palmada o foco da proibição desaparece ficando em evidência somente a dor sentida. É por esta razão que muitas vezes a criança torna a fazer o que foi proibido. O mais eficaz é dizer que NÃO pode PORQUE... Os argumentos são os verdadeiros ensinamentos.

Reflita com carinho e mude seu comportamento e depois venha nos relatar se o resultado não foi mais eficiente!

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