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Publicado: Quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Padrão individual de tempo de Marina Silva

Padrão individual de tempo de Marina Silva
Rio Branco, 8.2.58 - Fase 4 - o cume da montanha

A análise do Padrão Individual de Tempo dos candidatos mais votados à Presidência da República revela o significado do que cada um representa nesse processo de transição entre governos.

Esse é o ponto mais alto do ciclo, onde se pode experimentar algum importante sucesso, reconhecimento, destaque, projeção e alcançar uma posição desejada, de comando, responsabilidade e respeito, de poder pessoal: são as melhores épocas da vida. É um período de cerca de um ano (no caso, justamente de outubro de 2009 a outubro de 2010), um lugar no tempo que só ocorre uma vez cada 14/15 anos, culminando algum projeto de vida. É como chegar ao topo de uma montanha, após uma escalada para um novo patamar, onde se pode estruturar um novo nível existencial, para o qual a pessoa se preparou (ou não) ao longo dos últimos dez anos, pelo menos.

Deriva daí a sensação de missão cumprida, de relaxamento, de um profundo bem estar ou espontânea alegria, enfim, a fisiologia da vitória, mesmo que não haja uma realização que justifique isso. Uma campanha que se desenvolveu em ressonância com esse lugar de excelência do padrão individual de tempo do ciclo de vida da candidata sugere esse gosto de vitória. Mesmo perdendo, ela ganhou por alcançar uma condição decisiva para o próximo ciclo que o país está entrando. Para qualquer um dos outros candidatos se eleger será preciso contabilizar grande parte dos milhões em votos que ela capitalizou.

A Fase 4 é a chegada à crista da onda, onde a própria pessoa pode se tornar a onda, no caso da Marina: a “onda verde” que varreu o país, para surfar no melhor de si, no seu máximo equilíbrio, no seu mais alto nível de performance em tudo que faz. É um lugar no tempo onde tudo depende mais de você, de seus valores e de suas permissões. Mas para estar e manter-se aí, no fluxo, é preciso confiar, definitivamente, nos outros e em si mesmo, mas não apenas confiar, é preciso também ter feito escolhas coerentes, e ter se preparado antes bem, desenvolvido competências e habilidades para dar sustentação ao ponto alcançado, se não é no ponto mais alto da curva que começa a descida.

Por seu mapa, essa candidata representa, entre outras coisas, a união da docilidade com a firmeza, e isso está relacionado com a Lua em Libra, que reveste com luva de pelica, sua mão de ferro, quando no exercício do poder. O que deriva dessa observação é que a sua suave intransigência não deverá permitir que ela negocie os valores e princípios que colocou na campanha, em troca de cargos, funções ou ministérios no próximo governo.

Ela não deverá trair o seu eleitorado, pois seria incongruente com a integridade moral de seu discurso. Um dos principais valores associados a Aquário, o signo de seu Sol, é a liberdade; ela poderá liberar seus eleitores para votarem com a própria consciência, limpa, em quem achar melhor, não apoiando um ou outro candidato, mas mantendo-se fiel aos valores que nortearam o excelente resultado alcançado nas urnas, votos de reconhecimento de seu verdadeiro valor, sem isso significar omissão, ao contrário, ela tem permissão de quase 20 milhões de brasileiros para não concordar com nada do que está sendo oferecido. Talvez isso seja o que chamo de “revolucionar a pescaria”.

Ao chegar à fase 4 da curva, a candidata pode ser “frente de onda”, estar à frente de uma grande mudança na forma de fazer política no país. Em um momento de tanto descrédito à política, com tantas fichas sujas nesse cenário, uma mulher que caminha com o norte na cabeça e o centro no coração, pode demonstrar como a ética e a coerência lhe rendeu um cacife eleitoral de tamanha monta, e isso está bem acima de qualquer cargo, ou de qualquer suspeita.

Não abrir mão de seus valores, nem transgredir às benesses do poder, é realmente honrar o início de uma verdadeira revolução na consciência política desse tempo. No seu mapa, Mercúrio em conjunção com Vênus, em Aquário, abre um canal livre para a fala vir direto do coração e alcançar o coração das pessoas. Fala sempre o que está sentindo, sem atacar ou agredir os demais, apenas para defender as idéias que acredita serem verdadeiras, e age de acordo com o que fala. Busca a coerência que a levou ao alto da montanha sem ter que passar por cima de ninguém.

Essa candidata representa o que nesse momento está no “fulcro da balança”: a ética. No dia da eleição, o Sol se encontrava em conjunção com Saturno, no signo de sua Lua, em Libra, trazendo, através dela, essa importante reflexão, talvez para calibrar pesos e medidas adequados para as próximas escolhas, tirar o pleito do campo das paixões dos votos emocionais, ou de cabresto, e colocá-lo na esfera da coerência e da razão.

Ela traz também a espada de Marte em Capricórnio, nesse período fortemente ativado por um trânsito de Plutão, que no seu caso pode ser a marca da determinação e a fortaleza de caráter, um dos motivos pelos quais parece ter saído de um ministério no governo anterior. Esses “signos” de Plutão quase sempre estão associados a confrontos com situações de poder, e a favor, “empoderamento” pessoal.

É justamente na fase 4 do seu padrão individual de tempo onde ela encontra o ponto do auge de sua liderança, de seu poder de influência sobre os demais, de seu poder de decisão sobre a própria vida, por aquilo que ela se tornou, e pela força das circunstâncias, sobre a vida da nação. O que não significa que ela teria que ser eleita presidente, ou chegar ao segundo turno como candidata. A cada qual o seu quinhão!

Que grande mulher é essa, a pequena Marina!

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