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Publicado: Sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ontem e hoje, o deserto

Na semana passada, deu-se a abertura do ano novo litúrgico e tem-se, neste 6 de dezembro pois, o 2º Domingo do Advento.

A liturgia inaugurou assim o “Ano C”, em que pontifica o evangelista Lucas. Narrativa contida no capítulo 3, com os seis primeiros versículos.

 “” No décimo quinto do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes administrava a Galileia, seu irmão Filipe, as regiões da Itureia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias no deserto.

E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías:
“Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados. E todas as pessoas verão a salvação de Deus”.

Em muitas passagens dos evangelhos, é-se levado a ver no texto, simples referências de fatos históricos. É, porém muito mais que isso. Trata-se de leitura atenta, de cujos exemplos o fiel se serve como orientação, para repeti-la nos dias atuais. Os cristãos ao longo da história vivenciam as lições deixadas.

João pregava no deserto. Muito de sua peroração, provavelmente, terá soado inútil e perdida.

Na era moderna, em dias de agora para melhor situar a mensagem, as populações se expandiram. Um mundo ainda mais agitado. As multidões se esfalfam, mas não vivem. Com isso, cria-se uma realidade ainda menos receptiva do que fora o deserto para o Batista, precursor.

Ninguém tem tempo de ouvir e, os operários da messe então, pouquíssimos. Não seria assim se todos os cristãos se compenetrassem de que cada um deve se transformar em um outro João e insistir na pregação.

Ao se evangelizar, não cabe preocupação quanto a se as pessoas aceitam ou não a mensagem, até porque todos são livres. Entretanto, se o mensageiro for autêntico, porque vive o que fala, contestado nunca será. Ninguém irá duvidar da excelência contida no recado, mesmo que não se envolva.

Resta finalmente então a consciência de que se deve fazer a pregação, mas que só se credenciam a esse mister, aqueles que a trazem no coração. Daí porque jamais serão desmentidos.

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