Colunistas

Publicado: Sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Natal não é um dia!

O ano termina e começa outra vez. Cumpre-se o ciclo do calendário, a natureza e a vida seguem seu caminho. É bem verdade que a mudança do ano, invariavelmente provoca uma espécie de parada para um descanso e meditação em meio a uma euforia sobretudo comercial e consumista. Nada contra, desde que o exagero não venha estragar esse momento familiar de festa e de comemoração.
 
Repetindo anos anteriores, as lamentações sobre o ano que acabamos de viver e os planos e promessas para o novo ano preenchem nossa mente. Renovamos nossas esperanças e sonhamos com dias melhores: união, saúde, trabalho, justiça e paz.
 
Não podemos ignorar que esse tempo tem tudo a ver com o Natal, não o natal comercial, paganizado, mas o Natal de Cristo; este, o verdadeiro Natal, fundamento da vida cristã.

Nós cristãos, não podemos deixar que o nascimento do Salvador se esvazie, que o Natal se transforme numa simples festa e se encerre no consumo, nos presentes, nas comidas e na celebração do dia 25.

É urgente recristianizar o Natal. Certo Pe. Zezinho, quando canta: Tudo seria bem melhor, se o Natal não fosse um dia. E se as mães fossem Maria, e se os pais fossem José. E se os filhos parecessem com Jesus de Nazaré.

É fundamental levar o Espírito do Natal para o ano novo.

Veja o que diz o Papa Francisco: “...Mas o Natal tem sobretudo um sabor de esperança, porque, não obstante as nossas trevas, resplandece a luz de Deus. A sua luz gentil não mete medo; enamorado por nós, Deus atrai-nos com a sua ternura, nascendo pobre e frágil no nosso meio, como um de nós. Nasce em Belém, que significa «casa do pão»; deste modo parece querer dizer-nos que nasce como pão para nós; vem à nossa vida, para nos dar a sua vida; vem ao nosso mundo, para nos trazer o seu amor. Vem, não para devorar e comandar, mas alimentar e servir. Há, pois, uma linha direta que liga a manjedoura e a cruz, onde Jesus será pão repartido: é a linha direta do amor que se dá e nos salva, que dá luz à nossa vida, paz aos nossos corações”.

Não é à toa que a Igreja celebra no mês de janeiro vários momentos litúrgicos importantes. A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a Solenidade da Epifania do Senhor, onde Jesus se manifesta a todos os povos e a Festa do Batismo do Senhor: o Pai derrama sobre Ele o seu Espírito, confirmando-o no seu amor e dando início ao anúncio do Reino. Em seguida, vem o tempo comum, que vai até a Quaresma.

Todos nós sonhamos com dias melhores, com um mundo mais humano e fraterno, com mais bondade, respeito e valorização da vida. Um mundo de paz e justiça. Um mundo que valorize o Mandamento do Amor a Deus e ao próximo.

Entretanto, embora igualmente seja esse o sonho de Deus, isso não vai acontecer por acaso. Deus quer e espera nossa participação. Assim, um mundo efetivamente feliz depende de cada um de nós, apóstolos do Evangelho e operários do Reino.

O cristão é chamado a servir. Ou escutamos Deus e trabalhamos para plantar Cristo e seu Evangelho no coração ou o mundo vai se tornando cada dia mais insuportável.

Se queremos um ano realmente novo é preciso investir nisso, criá-lo dentro de nós para que o vivamos em nossa família, em nosso trabalho e na sociedade.

A violência, o egoísmo e o individualismo alimentam o anti-Reino presente entre nós, na sociedade. E o que Deus espera de cada um de nós? Que nós sejamos cristãos autênticos, que vivamos de acordo com o Evangelho e empenhados na construção do Reino de Amor, onde “a Paz e a Justiça se abraçarão”.

Que Deus nos ajude!
Salve Maria!

Comentários