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Publicado: Segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O mundo precisa de santidade

Vivemos apressados e atarefados com o nosso dia a dia, sobrando pouco tempo para prestarmos atenção e acompanhar as mudanças que vão ocorrendo no mundo e na sociedade, mesmo as que nos rodeiam. No entanto, basta uma espiada nos meios de comunicação para que os cabelos arrepiem e as preocupações tomem conta do nosso ser. Por isso, preferimos apelar para a máxima popular - “o que o olho não vê, o coração não sente”. Até porque, pouco ou nada podemos fazer e precisamos viver.
 
Inteirados ou não, a verdade é que o mundo está caminhando na contramão dos direitos humanos, da justiça, da paz e da vida plena para todos. Pode até estar bem para uma minoria, mas vai muito mal para uma grande maioria.
 
A palavra de ordem é crise. Tão generalizada que fica difícil saber realmente que crise é: econômica, política, moral, espiritual? Natural é que não é. Humana, sem dúvida. Ausência ou abandono dos verdadeiros valores humanos e espirituais, trocados por práticas nada cristãs. Cresce o materialismo, o individualismo, cresce a ganância e a falta de caridade. Vemos desigualdade, exploração, violência, terrorismo, escândalos, corrupção. A miséria e a fome atingem parcela significativa da população. É assustador o número de mortes provocadas, vítimas do abandono, da falta de recursos, da falta de assistência médica e social, dos crimes de várias ordens. Ao fundo, o que vemos? Ideologias políticas ou “religiosas” nutridas pelo poder, pela conquista e dominação. Grupos cada vez mais fortes ditam normas políticas e sociais.

O dinheiro está assumindo o papel do deus da terra, da humanidade. Ao Deus verdadeiro fica reservado o Céu.

Nesse caminhar, sem amor, triste fim nos espera.

Cabe aqui uma pergunta: o que será que aconteceu com o homem? Criado por amor, com amor e para o amor. Passou a ignorar Deus, sua importância, sua Vontade, seus planos para os filhos amados. O homem vem-se tornando surdo às Verdades inquestionáveis anunciadas reiteradamente pelos profetas, pelas Sagradas Escrituras e pelo seu Filho Jesus Cristo. Prefere seguir o mundo.

Felizmente, o mundo ainda tem jeito, porque o homem tem jeito. A Escritura dá o caminho: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. O homem precisa voltar ao caminho de Deus, do Amor. Precisa voltar a respeitar os Planos da Criação, a seguir os Mandamentos de Deus.

Sem isso, como atender o apelo de Deus a todos os batizados: “Sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo” (Mt 5,48).

Realmente, não é fácil contrariar o sistema reinante que premia e estimula o dinheiro, o poder, a fama e despreza o próximo e o próprio Deus. É um desafio e até uma utopia a prática do amor nesse mundo cada dia mais materializado, seduzido pelo progresso e “satisfeito” com o bem-estar proporcionado pela abundância de bens.

“Estas crises mundiais são crises de santos” (São Josemaría Escrivá). Se a santidade é difícil não é impossível. Bastam o empenho e as graças abundantes de Deus.

Assim, a santidade é para todos e, como lembra o Ir. Denilson Mariano, SDN, não é algo para ser vivido dentro das igrejas, mas no cotidiano da vida, nas relações humanas, nas escolhas e opções que fazemos em nossa existência. Encorajam-nos os inúmeros exemplos de santos vivos que dedicam sua vida na construção de um mundo melhor e mais humano onde haja mais generosidade, doação e bondade. Sejamos pois, agentes das mudanças que esperamos, em nós mesmos, em nossa casa, na rua, no bairro, na cidade...

O caminho da santidade é o do seguimento de Jesus Cristo: buscar e praticar a justiça; empenhar a vida para que todos tenham vida em abundância.

Salve Maria!

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