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Publicado: Sexta-feira, 13 de julho de 2018

O luto (não) é eterno

O luto (não) é eterno

O Luto foi trazido e explicado na obra Luto e Melancolia, escrita entre 1915 por Freud, segundo ele, não é uma patologia e sequer requer tratamento especifico, é necessário apenas um período de tempo para superá-lo, não existe perturbação da autoestima e não há auto-recriminação, no máximo, em sujeitos com tendências obsessivas pode surgir culpa por achar que ajudou de alguma forma a concretizar a perda, podendo até sentir que a desejou, ocorre não apenas quando há falecimento de uma pessoa querida como também objetos, empregos e situações que envolvam uma brusca e inesperada ausência. No processo de luto sabe-se o que perdeu, tem-se consciência, tornando o mundo, para o enlutado, pobre e vazio. Mas apesar da profunda tristeza consegue vivenciar o dia-a-dia e promover suas atividades cotidianas sem grandes alterações em convívio com seus ambientes sociais. Em um processo bem elaborado o que no máximo pode ocorrer também é a sensação de culpa por não ter prestado maiores auxílios àquilo que perdeu ou a pessoa amada que partiu.

Porém o luto, sendo um processo, possui fases a serem ultrapassadas, não havendo sequencia lógica para vivencia-las. Em alguns casos a pessoa enlutada pode permanecer por longo período em uma dessas fases ou ficar presa em uma delas e nesses casos sim, faz-se necessário acompanhamento psicanalítico, pois o sofrimento torna-se incomodo demais.

Fases do luto

Cinco fases do luto segundo a teoria da psiquiatra Elizabeth Kubler Ross:

Negação: como mecanismo de defesa a pessoa nega o problema e a realidade com intuito de não sofrer pela perda, até mesmo evitando o assunto.

Raiva: nessa fase a pessoa se revolta com os fatos ocorridos e sente-se injustiçada por ter que lidar com a situação, seja com a perda de um ente amado, um emprego, um objeto de valor ou até mesmo o término de uma relação.

Barganha ou Negociação: inicia-se uma negociação geralmente envolvendo sua crença com abrir mão de algum comportamento que julgue errado. Costuma fazer promessas de que será uma pessoa melhor ou que irá fazer mais pelo próximo se puder passar por essa dor de forma ilesa e mais rápida. Pode até misturar e vivenciar a barganha junto com as fases anteriores fazendo promessas de que se o amor ou o emprego perdido lhe for devolvido cumprirá rigorosamente com seus deveres, mesmo achando que a perda lhe é injusta.

Depressão: neste momento a pessoa é tomada por tristeza e procura permanecer em isolamento, fechando-se em seu próprio mundo sentindo-se impotente diante da situação.

Superação: o sujeito volta a ter total contato com a realidade e aceita a perda como algo que está além de seu controle e que é inerente a vida. Aceita de forma menos dolorosa a finitude das coisas e pessoas tornando-se capaz de lidar com suas frustrações.

Portanto, para que todos possamos viver saudavelmente, é importante que tenhamos em nossas vidas perdas que nos possibilite vivenciar o processo de luto varias vezes, afinal nada é ou está aqui para sempre e elaborar e compreender isso é fundamental para não desenvolvermos sofrimentos que atrapalhem nosso cotidiano e nos permitam sorrir e aproveitar melhor a vida.

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