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Publicado: Terça-feira, 21 de setembro de 2010

Neymar S/A

Neymar S/A
Fogueira ardeu, Dorival perdeu e Neymar venceu

A demissão de Dorival Jr. do cargo de técnico do Santos, se confirmada, configura uma das maiores crises de autoridade em clubes de futebol brasileiros. Xingado pelo craque Neymar durante um jogo do Campeonato Brasileiro, o comandante santista cobrou uma medida enérgica contra tamanha molecagem.

Em nome da autoridade do técnico, os cartolas da Vila Belmiro aceitaram punir a estrela do time com um corte de 30% de seu salário e a suspensão no jogo contra o Guarani de Campinas (SP). E depois de tanta celeuma, os dirigentes solicitaram que Dorival escalasse Neymar para o clássico contra o Corinthians.

Achando que apenas um jogo de suspensão seria castigo pequeno, o técnico vetou Neymar do clássico. A diretoria irritou-se e demitiu Dorival, que foi imediatamente sondado para dirigir o São Paulo F.C.

Neymar foi indisciplinado com o técnico. O técnico foi indisciplinado com os cartolas. Neymar devia respeito a Dorival, seu superior. Dorival devia obediência aos dirigentes santistas, seus patrões. Mas nessa queda de braço parece que o estrelismo do craque santista saiu ganhando, em demérito da firmeza e da disciplina que norteiam o trabalho do bom técnico de futebol que é Dorival.

A fogueira das vaidades também arde no futebol brasileiro. Fato é que Neymar, fora dos jogos, gera menos publicidade e menos dinheiro para o Santos. Em nome do marketing, melhor é demitir o técnico. Tudo para preservar o Neymar S/A, uma mina de dinheiro ainda em ascensão.

Basta saber qual o impacto desta “vitória” na cabeça do craque santista. Ficará ele com a impressão de poder tudo contra todos? Só porque joga um bolão? Sem saber, a diretoria do Santos pode estar alimentando um monstro de chuteiras. Um ser que dirigente nenhum conseguirá controlar no futuro.

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