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Publicado: Terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Natal, vida nova!

O Cristo já nasceu na gruta de Belém, mas é preciso ainda nascer em nós também!

Cristo se humanizou para que o homem se divinize!


Pinheiros, luzes e bolas coloridas... É Natal!

Enfeites, vitrines, fachadas, as cores, os motivos, o clima, tudo indica: É Natal!

Preparação, compras, presentes... É Natal!

Alegria, festa, "harmonia", "paz"... É Natal!

Reuniões, jantares, ceias... É Natal!

Comércio agitado disputando consumidores, o décimo terceiro salário aquecendo essa "fogueira"... É Natal!

Tudo isso é Natal, ou melhor, tornou-se Natal.

É verdade que o Natal é tempo de festa e de alegria e deve ser intensamente vivido entre amigos e familiares, mas, para nós cristãos, o Natal não é isso, ou pelo menos, não é só isso. Precisamos resgatar o sentido pleno do Natal, sufocado pela onda comercial e consumista que tomou conta desta e de tantas outras datas.

Lemos no jornal O Lutador - 3534: "Com o crescente processo de paganização que está ocorrendo e a que estamos assistindo, o Natal vai deixando de ser uma festa cristã, de Jesus Cristo, para se tornar, cada dia mais, uma festa do novo deus, o 'consumo'. Para grande parcela de batizados, o Natal virou sinônimo de comprar e gastar, de comer e beber, de presentear até o que não se pode pagar e de receber muita coisa de que não se precisa. Cresce sempre mais o exército dos consumidores, a grande massa de manobra à disposição do 'deus mercado' ou 'deus consumo'. "

Infelizmente o Natal encheu-se de "intrusos" e de aproveitadores: duendes, "energias", misticismos, crendices, pirâmides, pedras, cristais, pinheiro, neve (em pleno verão), renas, trenós... Escaceiam-se os presépios, espera-se, não o Cristo, mas o bom velhinho, o papai-noel, capaz de simbolizar tudo de bom que a data pode trazer. Tornou-se o centro e aparece em todos os lugares, ruas, praças, vitrines, empresas, comércio e até nos lares. Depositam-se nele as esperanças, alimenta-se nas crianças sua capacidade de "providenciar" presentes de toda natureza. Só falta rezar para ele... O mal que há nisso? O mal de se exaltar figuras lendárias e místicas, frutos da criatividade humana e de se "apagar" ou enfraquecer o verdadeiro, o real personagem desta grande data.

É preciso recristianizar o Natal porque é difícil acreditar que já tenha "nascido" naqueles que exploram os irmãos; naqueles que ignoram os necessitados; nos homens que maltratam suas esposas e seus filhos; nas mulheres que nunca conseguiram ser esposas ou mães dedicadas; nas pessoas que se escravizaram ao vício, ao prazer, ao poder e ao dinheiro; nos cônjuges que, ignorando os compromissos matrimoniais assumidos ao pé do altar, violentam a sacralidade do lar com infidelidades ou que, rompendo a aliança, abandonam seu cônjuge e seus filhos em busca de novas ligações. É claro que ainda não foi acolhido pela maioria dos políticos e homens públicos que não se colocam a serviço do bem comum; ainda não nasceu ou não sobreviveu naqueles que desrespeitam a vida...

Natal é Deus que vem residir entre nós. É preciso que Jesus Cristo nasça nas tantas "grutas" escuras e frias, onde ainda não brilha a sua luz; nos meninos de rua cuja vida permanece à mercê da sorte; no coração dos jovens, vítimas fáceis dos vícios e da insegurança...

Estamos distantes do mundo sonhado por Deus e o Natal restaura mais uma vez para todos o otimismo, a confiança e a esperança de uma Vida Nova, revestida de Cristo.

Acreditamos realmente na presença viva de Cristo? Poderá contar, desta vez, com o aconchego do nosso coração... e nele fazer morada?

O verdadeiro Natal vai acontecer mais uma vez, mas para que ele transforme a nossa vida, é preciso vigiar, estar alerta, para que não passe despercebido e parmaneçamos os mesmos. Um feliz e santo Natal!
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