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Publicado: Sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Não tem mais biscoitos

Não tem mais biscoitos

Hoje terminou a história daquele mexicano que, um dia, estreou um programa no Brasil numa emissora secundária apenas pra preencher uma lacuna da programação e que, inesperadamente, acabou virando uma lenda nacional, cujas frases, trejeitos, valores e, principalmente, ensinamentos foram incorporados a cultura brasileira e marcaram uma geração inteira.

Chaves, o menino que era tão pobre que nunca teve peixinhos nem em preto e branco, gabava-se de ter vendido um mapa que servia para procurar tesouros, e não para encontrá-los.

Como todo menino da idade dele, não sabia o quão estava errado: Chaves deixou todo um legado de ensinamentos sobre o amor, compaixão, humildade, união e doçura, sem nunca apelar para o humor pesado, degradante ou imoral. Um tesouro, sim, e de valor incalculável.

Ele dizia que preferia morrer do que perder a vida. Vocês lembram?
Chaves pode ter morrido, mas ainda viverá por muito, muito tempo, nos corações e na memória das pessoas que, como eu, riram, choraram e cresceram na companhia do menino mais famoso de toda a América-Latina.

Como os balões que caem pra cima, hoje Roberto Gomes Bolaños partiu para o céu, voando livre, feito aquele Disco Voador que também já se foi para bem longe.

Talvez Don Ramon até já esteja esperando, sentado no degrau da escada, louco pra compartilhar um refresquinho de boas vindas.
Talvez ele até se encontre com aquele ex-ladrão que, um dia, todos nós rezamos juntos para que se arrependesse e ficasse bonzinho. Já pensou?

A gente sabe que a vida é assim... Mas que seria melhor ter ido ver o filme do Pelé, ah, seria..

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