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Publicado: Sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Muita pequenez

Muita pequenez

Será que as pessoas que votaram na presidente Dilma - nem faz tempo, foi outro dia - seriam as mesmas que desejam vê-la apeada do poder?

É o problema típico de um país de eleitores que votam sem saber o que fazem e, se fazem, se deve somente à obrigatoriedade imposta pelo sistema.

Mesmo assim, não se há de dizer que a reeleita recentemente ocultara suas tendências, de modo a se transmudar de personalidade de um dia para outro. De apoiada ontem, tanto que reconduzida ao cargo, somente agora desperta repulsa geral.

Que Brasil curioso este!

Apresentadas evasivas para condenação num desesperado empenho de deposição, antes até mediante ridículo pedido da recontagem de votos, eis que se lhe apontam agora irregularidades fiscais, via TCU e ainda problemas com doações para campanha. O país como um todo  vai mal não é de hoje. De se pensar então porque a imensa maioria de senadores e deputados não levantaram a lebre tempestivamente?

É de tal modo generalizada a sinecura, que qualquer pessoa – até mesmo o eleitor ou o aqui simples leitor – não conseguirá dizer de pronto quantos seriam os deputados e senadores íntegros a toda prova. Experimente. E se coligir tais nomes, dignos e inatacáveis, esses, de tão poucos, nada conseguiriam. Vige ali o estigma de que contra força não há resistência.  Raro, muito raro, que o bom senso predomine.

Daí que, para retomada do exórdio do assunto, tem-se de total conveniência dispensar a presidente, dada como culpada única da derrocada nacional.

Enquanto isso também se distrai a atenção do eleitor, em geral incauto, a ponto de um presidente da Câmara, acusado de acumular milhões em cofres além-fronteira, equilibra-se convenientemente no cargo.

As minorias pedem seja ele alijado do comando, sem sucesso por ora, no que se há de repetir que, naquele meio, de mera e momentânea conveniência, prova-se e se comprova o dito, - repita-se, - de que contra força não há resistência.

Em suma, não se confundam os prezados leitores, porque aqui não se promove a defesa de ninguém e sim se evidencia o inconformismo de perdedores.

Muita pequenez.

E o povo é levado de roldão.

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