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Publicado: Sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Montagner, o excepcional

Montagner, o excepcional

Domingos Montagner, ator destacado da Rede Globo, de ascensão meteórica na televisão, mas porque em verdade ali chegou pronto e acabado.

Sua preponderância logo se manifestou  -  no curto prazo de quatro anos - porque numa longa e humana carreira de circense, nela realmente já mostrara a pujança de uma vocação. O brilho maior repousa em que por todas as fases vividas, de pronto assimilava as suas características, a fazer pensar ilusoriamente que conseguira status por força do tempo. Não. Aprendia de pronto e de vez.

Intuitivamente vocacionado, deu ao circo as primícias, tanto que brilhou em todos os papéis e muito o desvanecia aquele do palhaço. Brilhou no palco, nos trapézios e acrobacias.

Atrás dessa alma de escol, vinha uma família exemplar, desde o lado de seus pais até ao consorciar-se com aquela que ainda outro dia ele adjetivou de “primeiríssima”, genitora de seus três filhos. A glória e a fama jamais o afastaram dos seus.

Montagner, uma criatura simples a toda prova.

Essas virtudes, aos poucos, depois da abrangência e alcance na televisão, aos poucos se expandiram.

Com o seu passamento, na mais chocante das circunstâncias, de repente houve uma reviravolta a mostrar o quanto já havia acumulado. A Rede Globo, claro, levou a expandir e recordar o quanto fizera anteriormente, num tom da maior consternação daquela casa, como também no clima de profunda comoção do povo. Um necrológio divulgador inclusive de fases vividas muito antes da televisão e assim novidade para tanta gente.

O móvel desta breve inserção, contudo, é a de mostrar o quanto uma pessoa pode se notabilizar sem permitir nenhum minuto de vanglória ou ufanismo. Gostava do que fazia, sabia fazer e se mantinha prestativo, amigo e, primordialmente, feliz e de bem com a vida.

Focalizado como excepcional na sua arte e vocação, que de certo modo até escondiam uma pessoa simples e cativante na vida real.

Soube se multiplicar em vocação e afabilidade.

Paz à sua alma e conforto aos meninos e à viúva.

O Brasil se priva de um dos mais completos intérpretes nos últimos tempos, no circo, no teatro e na televisão.

Não obstante o brilho de sua arte, de cativante simplicidade como pessoa e, por isso, excepcional.

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