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Publicado: Domingo, 24 de junho de 2012

Missas de sufrágio

É vocábulo e expressão corrente na terminologia usual da Igreja Católica, dizer-se que se manda celebrar missa em sufrágio da alma de pessoas falecidas.

É sabido que, nos sacramentos da Igreja, em cada um deles opera-se uma graça própria, especial e específica. Afora aqueles sacramentos, pois, que se recebe uma vez somente, o Batismo um deles, a graça ali se opera e os seus efeitos e benefícios perduram por toda a vida.

Já outros sacramentos, - a santa missa por excelência - por constituir-se da própria Eucaristia, a cada comunhão, opera-se e se repete a graça do recebimento de Jesus em seu corpo, sangue, alma e divindade. Bem, muito bem o fazem, tanto assim, aquelas pessoas que diariamente participam da santa missa. Jesus proporciona a todas elas um gradativo e crescente aperfeiçoamento na sua espiritualidade.

Do próprio sacramento da Confissão, também conhecido como sacramento da Penitência, mesmo que se o busque sem pecado grave, tantas vezes quanto ocorra, a graça dele presenteia e enriquece o penitente, quando fiel e sacerdote para isso se encontrem. Dito de outra forma, não se indica a Confissão somente quando haja pecado mortal.

Neste ano de 2012, na data de 24 de junho, ocorreu-me a mim de que, em sufrágio da alma do nosso filho inesquecível, de mim e da Flávia, o nosso saudoso João Sérgio, lhe proporcionasse eu, até porque coincidia com uma data de domingo, várias missas num mesmo dia, a ocorrer nele o décimo sexto ano de seu falecimento.

A lembrança desse expediente diferenciado faz sentido até porque, ao se emitirem convites de missa, aqui e ali se ouve que, infelizmente, naquele horário alguém esteja sem condição de atender, porque haveria compromisso anterior. Imaginei, assim, que, de início, por essa razão, praticamente ninguém iria se sentir impedido de estar presente.

Mas, logo em seguida, eu mesmo, convictamente me firmei nessa ideia, talvez nunca usada pelo menos nessa proporção e quantidade de missas, justamente porque aprendi desde cedo nos bons tempos do seminário carmelita, dessa riqueza incomparável de que, a cada vez da ocorrência de um sacramento, a graça que o caracteriza se repete e se opera. E foi por causa desse raciocínio, dessa crença, dessa fé e dessa confiança que, de acordo com minha esposa, optei por encomendar missa de décimo sexto ano de falecimento do querido João Sérgio, repetidas vezes, neste domingo de 24 de junho, dia de São João Batista, a data em que Deus Nosso Senhor o levou para junto de si. Muita dor para nós, mas também muita certeza de que a misericórdia divina o acolheu com festas, alma boa e calma, extremamente amoroso a seu jeito, como verdadeiramente assim era o nosso João Sérgio.

Tampouco, por isso mesmo, não me preocupou, em nenhum instante, uma observação no fundo até carinhosa de um amigo, de que eu pudesse estar a dar a impressão de que com isso queria ser diferente ou aparecer. Seria a mais ridícula das minhas atitudes – querer aparecer – usar o nome de meu filho, para me por em evidência. O que peço e rogo é que quantos o tenham conhecido ou não, mesmo que estejam em outras missas, rezem por ele.

Sem nenhum acanhamento nem hesitação, fiz publicar na imprensa o convite tal como fora concebido e justamente aqui vem a oportunidade de confirmar os horários e igrejas em que as orações em sufrágio da alma do João Sérgio vão acontecer:

Na Igreja do Carmo, às nove horas; às dez, na Matriz da Candelária; na Igreja de São Benedito, às onze; às dezoito, na Igreja de São Luís (Quartel) e, por último, às dezenove horas, na Paróquia de São Luís Gonzaga.

Ah, filho querido, misturam-se aqui lágrimas de dor e saudade com outras de conforto e convicção religiosa da parte de seus pais, convictos de sua salvação, eis que encomendado em vida, sempre e insistentemente, aos cuidados de Maria.

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