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Publicado: Segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Marketing: o que é e o que não é

Palavra cunhada (moldada, ou seja, feita com nobreza) no século passado, para dar significado às relações nobres entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre empresas e empresas, entre estas e os governos, enfim, para dar significado à relação sinérgica que acontece no mercado, em seu sentido amplo, dar significado à troca interativa de produtos e serviços (portanto serviço não é produto, que é tangível. Os bancos prestam serviços, não vendem produtos.) colocados à disposição dos seres humanos para consumo, os produtos, ou para uso por um tempo determinado, os serviços por empresas ou por prestadores de serviços, Marketing, com “M” para significar a ciência, não é uma palavra forjada para uso de enganadores incautos, travestidos de empresários, comerciantes e/ou profissionais, liberais ou não. È, sim, uma palavra para dizer ao mercado que um produto ou serviço, produzido ou realizado com dedicação, amor e bondade, está lá, à disposição daqueles que tenham uma necessidade e queiram vê-la satisfeita completamente.

Um Departamento de Marketing, ao qual deveriam estar subordinados todos os setores que mantêm qualquer tipo de contato direto com o cliente de uma empresa ou prestadora de serviços, tem, por obrigação precípua, que conhecer esta máxima. Se assim não for estará fadado ao insucesso, levando sua organização ao prejuízo. E aqui não quero que a palavra prejuízo signifique ausência de lucro, mas, e principalmente, a falha em abranger todas as possibilidades de ganho, conseqüência de um contato correto com todos os nichos de mercado possíveis.

Muitas organizações ficam satisfeitíssimas, fascinadas, com um lucro que exceda o habitual. Com a vista nublada por cantos de sereias, não percebem que estão realizando um lucro mínimo, que poderia ser multiplicado, se tivessem um Departamento de Marketing funcionando corretamente. Infelizmente, a maioria das empresas e das pessoas não percebem que produzem apenas 10% do que poderiam produzir.

Assim, Marketing para saúde não é um chamariz para trazer aos consultórios, hospitais e demais casas de tratamento, pessoas que irão encher os bolsos dos empresários e profissionais: Marketing para saúde é uma forma de comunicar ao ser humano, que necessita desse mercado, a existência de um profissional e/ou de uma organização que o auxiliará na busca de soluções no sentido de lhe restituir a atividade plena ou ajudá-lo, com todo seu conhecimento e meios possíveis, a atravessar um período difícil. Marketing para saúde tem que ser um canto constante à vida.

Marketing industrial não é um meio de empurrar ao comércio produtos feitos sem um padrão mínimo de qualidade que, quando adquiridos pelos usuários finais, irão gerar mais problemas que soluções — pense em um serrote que quebra quando usado na construção de um telhado e imagine todos os transtornos que isso causa; pense em uma peça da engrenagem de um ônibus, que quebra em uma rodovia, no meio de uma viagem, ou quebra em uma das marginais de uma grande cidade. Marketing industrial é uma ferramenta para comunicar ao mercado a existência de uma empresa que fabrica produtos dentro dos mais desenvolvidos padrões de qualidade, com o objetivo de atender de maneira ética às mais variadas necessidades da sociedade, sejam elas no transporte, na culinária, na construção civil, na segurança.

Marketing industrial é, e tem que ser, uma ferramenta de auxílio na construção de um mundo melhor para os seres humanos, para a construção de sua segurança e de sua felicidade.

Marketing educacional não é uma forma que as empresas encontraram de arrebanhar pessoas necessitadas de conhecimento para, de forma descabida e desregrada, se apossarem de seus bens. Marketing educacional é um meio que empresas e profissionais sérios tem de comunicar ao mercado a existência de uma organização à sua disposição para auxiliar os habitantes de uma cidade ou de uma região, a iniciar, continuar ou completar seus estudos e de seus familiares, com o objetivo de tornarem-se profissionais mais competente e mais éticos em suas áreas de atuação, organização essa que lançará mão de todos os meios materiais, à disposição, para que o objetivo seja alcançado plenamente. Marketing educacional precisa ser, constantemente, um promotor de desenvolvimento pessoal, familiar e regional, não o promotor do enriquecimento material de alguns como resultado do empobrecimento de muitos outros.

Marketing político não pode ser um meio de “pintar” para o mercado um político despreparado para o cargo, preguiçoso e desonesto, que têm como único objetivo o enriquecimento material, de seus familiares e apanigüados, como diz uma senadora. Marketing político é a forma de mostrar ao mercado as qualidades e os defeitos de um ser humano que se coloca à disposição da sociedade para servi-la, exercendo assim o papel para o qual foi feito. Servindo à sociedade qualquer pessoa serve a si mesma, e é feliz. Marketing político não pode ser um meio em si mesmo, mas tem que ser o meio de construir, passo a passo, um mundo melhor, um mundo mais humano, um mundo mais justo.

Tem que ser a forma de mostrar aos eleitores a existência de alguém que os compreende e se coloca à disposição para ajuda-los em seus anseios mais nobres, na área da saúde, da educação, do turismo, do desenvolvimento industrial, do comércio, sem que para isso precise se locupletar, prática tão comum, infelizmente, na sociedade hodierna.

E esta visão deve ser aplicada a todos os setores do conhecimento humano. Assim, com a aplicação correta do Marketing, com respeito profissional, com a aplicação plena da Sinergia nesta área, todos ganham, a Sociedade, como um todo, as famílias e as empresas.

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