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Publicado: Quinta-feira, 28 de maio de 2009

Maneira Divina de Perdoar

João. 20, 19-23
Exatamente, este o evangelho de hoje, 31 de maio.
Festa da Ascensão do Senhor.
Excelente conteúdo em poucos dizeres.
Ei-lo:
 
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Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse:
- “A paz esteja convosco”.
 
Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
 
Novamente, Jesus disse: - “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
 
E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse:
- “Recebei o Espírito Santo.
 
A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.
 
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Sempre impressiona constatar como na tradicional concisão dos textos evangélicos, faz-se conter tantos ensinamentos a um tempo só.
Em cinco breves versículos, acima expostos de per si, quanta mensagem!
 
Fosse dado ao homem escolher quais as primícias do bem desejável ao ser humano, outras não seriam senão ter uma vida de placidez, respeito, cooperação e amor.
 
Numa palavra: a paz.
 
Riquezas e bens terrenos, deles prescinde a paz. E, até, muito provavelmente, o gozo da paz verdadeira se distancie muito da condição de afortunado em fartura perecível e transitória, por maiores que sejam.
 
Pois bem.
 
Jesus é intencionalmente repetitivo e formula aos discípulos a mais carinhosa das saudações, a de que reine ali a paz. Faz assim por duas vezes, numa mesma aparição.
 
Claro que uma sensação de profunda alegria tinha mesmo que se apoderar dos seus amigos e ainda mais cumprimentados de maneira tão efusiva.
 
E sob esse contagiante estado de espírito, Jesus apregoa que era a vez deles (Eu vos envio) saírem a campo e alargarem as portas da Igreja nascente. Ao que, vez mais – e indefinidamente se o fará nesta reflexão e noutras – missão de todos os fiéis de todos os tempos.
 
Aos de hoje, também, consequentemente.
 
Numa comparação até muito tênue e fraca, mas para trazer esse visita sublime dentro de uma moldura moderna, se diria que ali no Cenáculo, se operava a cerimônia de formatura dos apóstolos e dos seguidores de Jesus Cristo.
 
O diploma de missionários.
 
Estariam assistidos para sempre pelas luzes do Divino Espírito Santo.
 
Perceba-se de novo a predileção de Jesus, dono de uma pedagogia incomparável, por ilustrar os sinais de ordem espiritual, isto é, - a eficácia das ações da graça que não se enxerga, - por meio de sinais outros, exteriores e visíveis.
 
Realmente, soprou sobre eles primeiro para, ato contínuo, proclamar que ali todos recebiam o Espírito Santo.
 
Poder invisível e não palpável, mas inequívoco e autêntico poder.
 
E que prerrogativa maravilhosa, então, lhes atribuiu na sequência: o de serem os intermediários diretos do Senhor, para perdoar ou reter os pecados dos homens.
 
De onde se infere, “ipso facto”, que a fórmula do sacramento da Penitência traz no bojo, sem dúvida, que a confissão dos pecados seja sempre auricular.
Para definir ainda mais claramente, urge um contato verbal entre confessor e penitente.
 
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