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Publicado: Sábado, 25 de agosto de 2012

Maldito celular

Crédito: domacedo.blogspot.com.br Maldito celular

Gente shipada. Num raro acesso de loucura coletiva, a adição é consentida, desejada e adquirida, podendo custar muito caro. No bolso, capinha, pendurado na cintura, na bolsa ou carregado na mão, o celular é o grande companheiro de todas as horas. Além de falar, canta, assobia, envia e entrega mensagens, oferece jogos, notícias, acesso ao computador, grava, fotografa...

Experimente dizer que não usa o tal shipe.

 - Como assim? – será a pergunta, acompanhada de um olhar de estranheza.

Caminhadas?  Com celular. Passeios? Com celular. Teatro? Sim, no modo “avião”. Soube até de casos de transas interrompidas pelo toque do “amigo”. Pelo visto, ele tem prioridade no atendimento, independente da companhia ou do local em que se encontre.

Além de funcionar 24 horas, deve fazer parte da “bula” de uso, a necessidade de socializar as ligações, falando bem alto para que todos participem.

Dirigir? Falando ao celular. Não importa a lei, nem que isso transforme a vida dos outros num inferno. Como você é cuidadoso, reduz a velocidade do veículo para 10 km por hora (nem sei se percebe). De tão ocupado não nota a fila de carros atrás, e nem as dez pragas do Egito que lhe são enviadas.

O onipresente aparelho monitora a vida do usuário em tempo integral. A família liga dia e noite: “Onde você está?” - É a primeira pergunta de uma série de outras, muitas vezes inconvenientes.  É fim de semana, mas alguém quer falar de trabalho ou discutir um problema que poderia ser resolvido na segunda-feira. Ainda assim, nem pensar em desligar o acessório. “Vai que é alguma coisa importante” – pensa você.

O uso e o monitoramento também são alimentados por alguns sites de promoção de bares e restaurantes. Se você ali estiver, deve enviar pelo twitter a sua localização, o que lhe garante descontos. Rastreado dia e noite. Que destino!

Bom era o tempo em que telefone era o “de casa”. Se ninguém atendesse, restava imaginar que havia saído. Afinal, privacidade faz mal a ninguém.

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