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Publicado: Quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mãe natureza

Uma expressão espontânea e que implica em doçura quando mencionada, é essa: mãe natureza.
 
Há como que embutida nela manifestações de carinho, admiração, reconhecimento e ternura até.
 
Afinal de contas, sem favor nenhum, a obra da criação é toda ela voltada para o bem da humanidade num contexto amplo e para o benefício de cada um em particular. Dom de Deus, presente dos céus, ventura que chega do alto.
 
Tudo nela foi disposto a dar condição plena de vida ao homem.
 
Entretanto, ser pensante, só o homem é.
 
Advém daí a sua total responsabilidade para que saiba conviver com aquilo que o sustenta. Ele, o homem, se incomodado, reage.
 
Fala-se, claro, do cidadão de bom senso, que reage até na tentativa de corrigir ou acomodar uma situação.
 
Não se espera entanto que todas as pessoas deixem de responder a ofensas e principalmente maus tratos. Por isso mesmo adveio a lei para por cobro e punir excessos.
 
Durante séculos o homem, a pouco e pouco, deliberou prejudicar e desconsiderar a natureza e a lhe dar um tratamento injusto.
 
Insistiu nisso.
 
E ela, conquanto mãe generosa, acabou por se esfalfar e agora repete o homem, quando revoltado, ao se insurgir ela também aos maus tratos que lhe fazem.
 
Alguém ouvira em tempo outro qualquer falar-se de tsunami? O que é isso?
Aconteceu.
 
Mostrou a mãe natureza que ainda podem surgir fenômenos que nem se poderia dizer deles sejam naturais, porque se manifestam muito mais como conseqüência e reação.
 
O sol de hoje queima, ao invés de apenas aquecer, como fora disposto pela mãe natureza.
 
A água, chamada de líquido precioso, vem sendo esbanjada como se fora inextinguível.
E ela, a água também some, porque com o assoreamento lhe roubam meios de subsistência. Tornam-se exangues os rios, sem se falar na sua contaminação, porque de seus repositórios fizeram lixões. Sequer os mares são poupados.
 
As intempéries, em tempos chuvosos, ano após ano, cuidam de chamar a atenção para o desequilíbrio das forças da natureza, na sua maioria ocasionado pelo homem.
 
Nunca se acreditou que a natureza também, como se alma tivesse, poderia se cansar e se revoltar.
 
Agora, perdem-se vidas por pura imprudência e desídia, a começar do poder público, que deveria impedir toda e qualquer edificação em local impróprio.
 
Uma virada de ano de muita dor.
 
Cidades que nunca se viram envolvidas em tais distúrbios, acordaram com avalanches e cheias.
 
De entremeio, com a perda de entes queridos.
 
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