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Publicado: Quinta-feira, 17 de maio de 2012

(King) Kong e a sandice

Cuidado com a fantasia que escolher para uma ocasião especial. Atualmente, a de gorila está na mira dos chatos de plantão - aqueles que ultrapassaram o limite do politicamente correto.

Há pouco tempo, educadores reescreveram as letras de antigas canções infantis e deram às histórias sempre um final feliz. “Atirei o Pau no Gato” virou “Não Atire o Pau no Gato”. “O Cravo e a Rosa” recebeu uma nova estrofe, na qual o cravo se recupera do desmaio.
 
O argumento empregado é que as novas letras são mais educativas, pois contêm bons exemplos a serem seguidos. A continuar assim, cantarolar a velha cantiga “Boi da Cara Preta” se tornará um crime inafiançável.
 
A bola da vez é o clipe da música Kong, interpretada pelo cantor Alexandre Pires. A canção foi parar nos tribunais, acusada de preconceituosa pela ONG Observatório do Racismo Virtual.  No clipe, um conjunto de bailarinos, além de Pires, Neymar e Mister K vestem fantasias de gorila, e dançam com moças de biquíni. A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial entendeu que Kong compara negros a macacos.
 
Hoje  uma grande parcela da humanidade se mobiliza permanentemente no intuito de traçar rotas que dignifiquem os seres, de uma maneira geral. Leis são criadas para a proteção do meio ambiente, dos idosos, crianças e animais, para garantirem o respeito às diferenças - sejam elas étnicas, religiosas ou sexuais.
 
A questão é quando o politicamente correto extrapola seu papel balizador. Haveria algo mais  sem graça do que transformar os 7 anões da Branca de Neve em “ Os 7 homens de baixa estatura”, e o tradicional bolo “Nega Maluca” em “Bolo Afrodescendente com Problemas Mentais”?
 
Que sandice!
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