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Publicado: Quarta-feira, 14 de março de 2012

Indústria cria 2500 empregos

Indústria cria 2500 empregos
FF Consult

Indústria cria 2500 empregos e as últimas sobre inadimplência

Segundo a FIESP, apesar de ter criado 2.500 empregos em fevereiro, graças a contratações sazonais do setor de Açúcar e Álcool, a indústria paulista registrou ligeira queda de 0,10% no nível de emprego, na comparação com janeiro – descontados os efeitos sazonais.

Nos primeiros dois meses do ano foram criadas 4.500 vagas. Os números, no entanto, não indicam recuperação da Indústria, que segue como um "filho doente" da economia, afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp e do Ciesp.

O diretor fez uma revisão para baixo na projeção para o crescimento da produção da indústria de transformação brasileira em 2012, de 1,5% para 0%, mesma taxa esperada pela entidade para a geração de empregos, este ano, na comparação com 2011. “Nós não estamos enxergando que a fase de contratação na indústria de transformação está chegando; o panorama para empregos é de 0,2%.”

Na leitura dos 12 meses em relação a igual período imediatamente anterior, a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, elaborada pela Fiesp, apontou queda de 1,24%, referente ao fechamento de 32.500 vagas.      

Do total de vagas criadas em fevereiro, 6.682 correspondem ao setor sucroalcooleiro, o qual apresentou ganho de 0,27% desde o início do ano, por conta da chegada da temporada de colheita da safra de cana-de-açúcar (2012/2013). Este é um movimento de contratação que não inspira otimismo para o emprego na indústria, já que boa parte dessas vagas vira demissão ao final da temporada de colheita.

Os demais setores da indústria de transformação foram responsáveis pelo fechamento de 4.182 postos de trabalho em fevereiro, uma variação negativa de 0,17%.

"Geração de empregos caindo e a indústria de transformação não vai bem. Já ficou claro para o governo que, pelo resultado do PIB (2,7%), a Indústria está doente, com crescimento de apenas 0,1%. O setor entra doente em 2012 e a situação é grave e urgente", afirmou Francini.

Segundo ele, o emprego na indústria só não sofreu quedas ainda maiores porque reduzir quadro de funcionários é um processo caro para as empresas. "Abrir mão de pessoas treinadas e depois ter eventual necessidade de recontratar é uma 'aventura' e precisa de dinheiro. Quando qualquer empresa quer fazer redução de quadro, ela precisa ter dinheiro porque as verbas rescisórias são pesadas", explicou.

De acordo com o Serasa, o consumidor resolveu priorizar o pagamento das dívidas assumidas e evitar entrar em novos compromissos. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, em fevereiro deste ano, na comparação com janeiro de 2012, a inadimplência dos consumidores brasileiros registrou queda de 0,9%, representando o terceiro recuo mensal consecutivo.

Na relação anual (fevereiro de 2012 sobre fevereiro de 2011), o índice subiu 18,3%. Já no primeiro bimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, a inadimplência do consumidor apresentou crescimento de 17,4%. É importante ressaltar que este resultado representa uma desaceleração em relação ao que foi verificado durante o primeiro bimestre de 2011, cuja alta em relação ao mesmo período de 2010 havia sido de 25,4%.

De acordo com os economistas da Serasa Experian, os juros altos, os gastos típicos de início de ano (IPVA, IPTU e despesas escolares) e as incertezas sobre a crise global fizeram com que o consumidor tivesse cautela e controlasse seus gastos. Vale lembrar que a menor quantidade de dias úteis em fevereiro também colaborou para a queda dos registros de dívidas não pagas no mês.

Na decomposição do indicador, a inadimplência com os bancos e com os cheques sem fundos puxaram a queda do indicador com variações negativas de 1,5% e de 4,7% (contribuições de -0,8% e de -0,5% no índice agregado, respectivamente). Por sua vez, os títulos protestados recuaram 18,0% no mês, gerando contribuição de -0,3% na inadimplência dos consumidores. Já as dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) contribuíram para que o índice não caísse ainda mais, com crescimento de 1,6% e contribuição positiva de 0,6%.

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