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Publicado: Sexta-feira, 28 de abril de 2006

Homenagem na Sala Multimídia

Segue abaixo a alocução do Bispo Emérito feita no Edifício "Cristo Rei" em Jundiaí, durante a cerimônia de abertura da Sala Multimídia "Dom Amaury Castanho", em 12 de abril:

Caríssimo Dom Gil Antônio Moreira,
Queridos padres e diáconos
Estimados religiosos e religiosas, seminaristas e agentes de pastoral

Não esperava por esta homenagem, depois que entreguei o pastoreio da Diocese a Dom Gil. Foi idéia sua? Soube que sim. Trata-se de um gesto que me honra sobremaneira. Sou sinceramente agradecido, porque deixará neste Edifício "Cristo Rei" a lembrança de que sempre me empenhei na evangelização através da mídia, de modo especial depois de minha vinda para Jundiaí em 1989.

Em minha última Carta Pastoral, destaquei as palavras do Apóstolo Paulo na segunda epístola que escreveu ao discípulo Timóteo: "Combati o bom combate... Conservei a fé!". Alguns estranharam a omissão quanto ao "Terminei a minha carreira" (versículo 7). O referido texto da Carta do Apóstolo e da minha, foi a lembrança do que realizei entre 1951 e 2004, nos longos anos do meu serviço sacerdotal. Em meio a tantas alegrias e êxitos, "Conservei a fé" em Cristo e na Igreja, nos valores humanos e cristãos.

Hoje vejo a oportunidade de insistir no "Terminei a minha carreira". Ainda não sei quando será? Amanhã? Dentro de mais alguns breves anos? Vejo que somente a Providência de Deus o sabe. Pouco importa. Já estou com os meus quase 79 anos e isso não é pouco. Diariamente repito, em clima de oração: "Fiat voluntas tua! – Seja feita a Tua vontade!". O meu atual limitadíssimo estado de saúde antecipa-me que logo mais estarei terminando a minha carreira, a minha vida, a minha vocação. A intenção é combater o "bom combate" até o fim! Lembrando o passado diria que Deus, desde toda a eternidade, "antes que fosse concebido no ventre materno", deu-me duas vocações: a humana e a cristã. São vocações que venho realizando por toda a minha vida.

Bem cedo fui chamado por Deus para atuar nos Meios de Comunicação Social (MCS). Desde 1946, em Roma, já escrevia periodicamente para "A Tribuna", conceituado semanário da Arquidiocese de Campinas. Dom Paulo de Tarso Campos, meu saudoso Arcebispo, sempre me estimulou à redação de um artigo semanal. Posteriormente confiou-me a direção do mesmo. Deixando em 1969 a PUC de Campinas, já como jornalista, o Senhor Cardeal Dom Agnelo Rossi confiou-me toda a Pastoral dos MCS da Arquidiocese de São Paulo. Anos mais tarde retornaria a Campinas como Assessor Arquidiocesano de Imprensa.

Na Diocese de Jundiaí, destaco o lançamento do jornal "O Verbo", em 1996, logo considerado um dos melhores periódicos católicos do Brasil. Em seguida apoiei os trabalhos da Rádio Terra da Uva, criando os Centros de Recursos Áudio-visuais Catequéticos, providenciando a instalação das várias retransmissoras da Rede Vida e da TV Canção Nova, organizando a Sala Multimídia, a Coordenação Diocesana dos MCS e a realização dos Encontros Diocesanos para a formação de Agentes. Depois, como Emérito, destaco as entrevistas periódicas para a Rede Milícia da Imaculada, um conjunto de quase 150 emissoras de rádio que cobrem todo o Brasil, para a Rádio Cultura de Lavras (MG), além daquelas regularmente concedidas a várias emissoras de televisão católicas e leigas. São mais de 3.500 os artigos que escrevi. As Cartas Pastorais foram dez. O próximo lançamento de mais um livro irá somar mais uma obra às já publicadas, que foram 14, quase todos com várias reedições.

No futuro, talvez eu seja considerado um bom jornalista a serviço do Evangelho e da Igreja. Isso me honra muito, como me honrará ser Patrono desta bela e original Sala Multimídia. Urge avançar no caminho da evangelização através da mídia. A Palavra divina deve continuar ecoando no mundo através dos sons e das imagens, assim como desejou Cristo: “por sobre os telhados”.

Obrigado a todos! Feliz Páscoa a todos! Toda a glória a Deus, ao seu Filho Jesus Cristo e ao Espírito Santo “alma que dá vida à Igreja e força à Palavra dos que evangelizamos”.

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