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Publicado: Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Guloseimas não! Carinho e atenção...

Crédito: Ilustração/Internet Guloseimas não! Carinho e atenção...
Pet acima do peso só é fofo nos desenhos e filmes

Todos os dias um focinho curioso encostava em minha perna. Ao me virar para observá-lo era quase possível ouvir o som do pedido “me dá um pouco?”. No auge de minha emoção o braço já ensaiava uma descida, mas em alguns segundos mais, orientado por minha razão ele estacionava e então começavam a surgir os latidos. “Eu quero... Eu quero...” ou melhor “Auauu... Auauu...” se espalhava pela casa.

Mesmo sabendo dos riscos à saúde dos animais muitos donos acabam sendo vencidos pelos olhinhos de pidão de seus pets ou pela insistência, e acabam deixando que eles experimentem molhos, sorvetes, chocolates e até bebidas. Um problemão!

Digo isso porque uma das maiores consequências dessa ação é o aumento desregulado de peso, que aliado a falta de prática de exercícios – infelizmente muito comum também na rotina dos animais – causa a obesidade. E essa doença só é fofinha nos desenhos e filmes animados, como o nosso querido Garfield.

Ninguém quer que seu cãozinho ou gatinho tenha problemas de saúde, ainda mais gerados pela nossa ajuda. No entanto não pensamos muito nisso na hora de ceder aos agrados e preguiças dos bichinhos. Mas isso tem que mudar. E logo!

As pesquisas sobre o aumento de números de animais obesos no mundo assusta. Segundo o relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado pelo laboratório Vetnil, estima-se que já sejam 40% os cães americanos e 20% os cães brasileiros com esse problema. No mundo ocidental, 25% de toda a população de cães e gatos possui peso acima do normal.

Pode ser difícil criar uma rotina de atividades e boa alimentação para seus pets, mas se pensarmos que essa interação será benéfica tanto para eles como para nós, fica mais atraente, não fica? Pois bem, já é comprovado que ter um bicho de estimação faz bem para a saúde dos humanos. O estudo do American Journal of Cardiology mostra que pessoas, ao interagirem com animais constantemente, tendem a apresentar níveis controlados de estresse e de pressão arterial, além de estarem menos propensas a desenvolver problemas cardíacos.

Com certeza incluir os animais em caminhadas, simples passeios pelo bairro, ou brincadeiras interativas como as famosas “bolinhas de morder” - que fazem muitos rabinhos balançarem de alegria - não custa nada e vai fazer sua relação com os bicinhos evoluir e a disposição dos dois também. Afinal, ninguém gosta de ficar perto de algo triste, e é justamente assim que os pets ficam quando não recebem a atenção merecida.

Substituir as guloseimas por rações secas e de boa qualidade, e inserir petiscos saudáveis como frutas não ácidas e talos de vegetais (cenoura ou brócolis) na alimentação dos bichos é a dica do médico veterinário Aldo Macellaro Júnior. E para completá-la, eu diria que você pode trocar horas de preguiça no sofá, por momentos de carinho e amor com grandes amigos de focinhos curiosos.

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