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Publicado: Quinta-feira, 18 de junho de 2009

Desde que retomada a série de domingos comuns, na liturgia, chega-se neste 21 de junho, com o Décimo Segundo.
O trecho dos evangelhos se contém no capítulo 4 de São Marcos, com os versículos de 26 a 34.
Leitura curta, direta.
 
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos:
“Vamos para a outra margem”.
 
Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele.
 
Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher.
 
Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro.
Os discípulos o acordaram e disseram:
“Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?”
 
Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar:
“Silêncio! Cala-te!”
O vento cessou e houve uma grande calmaria.
 
Então Jesus perguntou aos discípulos:
“Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”
 
Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros:
“Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
 
Deveras.
Leitura curta. Direta.
 
Mensagem, a mais objetiva possível.
 
A fé é um dom que chega a quem a deseje e ela não penetra o coração do homem, de maneira impositiva.
 
Há um momento em que é preciso criar disposição para se aninhar dentro de si essa primeira das virtudes teologais, a fé.
 
Em verdade, ao fazer-se evangelizado, este propriamente o instante em que se acolhe a crença, com o fato de se optar por Jesus Cristo, formal e conscientemente. Nos ritos e nas regras, seria, pois a hora do batismo de cada um.
 
Veja-se, pois.
 
O batismo é conseqüência da evangelização e, na Igreja, pais e padrinhos, falam pelo afilhado, o recém nascido. É sabido então que pela maneira quase apenas tradicional e costumeira da ocorrência do primeiro dos sacramentos, que se da parte dos que encaminharam o bebê à pia batismal não existe a espiritualidade necessária, o novo cristão cresce à própria mercê.
 
É nessas contingências que a fé de modo geral é fraca e pouco alimentada. Invoca-se a fé nos momentos de transe e de desespero. Na bonança da vida não há tempo nem necessidade de exercer a fé.
 
No comportamento dos cristãos, como regra, fiam-se todos num liame tênue de crença sem base e de práticas que, até por serem descuidadas, caem no ramerrão da mera rotina.
 
Fé implica em contato perene e consciente com Deus.
Fé é dom gratuito, que aceito, pede cultivo e cuidado.
Fé, é ela percebida raramente, no estoicismo dos poucos cristãos que no desalento e nos infortúnios, não se abalam.
 
Sabem que a barca da sua vida, mesmo que tremule, não afunda.
 
 
 
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