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Publicado: Segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

Família, presente de Deus para o bem dos homens!

"A família é um complemento de nós mesmos." (A.M.L de P. de Lamartine)
"Uma família feliz nada mais é que o paraíso antecipado." (Sir John Bowring)

O ser humano não foi concebido para viver isolado. Deus mesmo expressou isso: “Não é bom que o homem esteja só...”(Gn 2,18) e deu-lhe uma companheira. E o homem aprovou: "Esta, sim, é osso de meus ossos e carne de minha carne!..."(Gn 2,23). "Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne." (Gn 2, 24). Nascia a família humana.

A Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa - "Família, esperança da Igreja e do mundo" assim resume o valor da família humana: "Quando o homem chega a este mundo, é a família que o acolhe e é nela que ele aprende a dar os primeiros passos; é na família que ele encontra essa primeira teia de relações que o vão ajudar a desenvolver todas as suas potencialidades pessoais e sociais; é na família que ele toma consciência da sua dignidade e que aprende os valores; é na família que ele se descobre como ser chamado à comunhão e ao amor; é da família que ele parte ao encontro da cidade e é à família que ele regressa em busca da força da comunidade. A família tem, portanto, um papel único e insubstituível na vida e na realização do homem."

Família, um ninho de amor.

Nascida sob a tutela do Amor de Deus e assistida por Ele, a Família se materializa pelo Amor maduro e responsável entre um homem e uma mulher - o Amor Conjugal - que tem as forças necessárias para levar esse novo projeto de vida adiante e que acaba florescendo e produzindo frutos: filhos bem-vindos e igualmente amados - "Crescei e multiplicai-vos", deseja Deus.

Nada que seja bom é possível sem Amor. São Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13, escreve um verdadeiro hino ao Amor, lembrando-nos que, "sem esse amor não somos nada" e que "sem ele os outros dons nada valem".

Ainda com a mesma ênfase são as palavras de João Paulo II (Exortação Apostólica Familiaris Consortio): "O Amor é a fundamental e original vocação do ser humano". Vocação, isto é, meta, caminhada. Não recebemos o Amor pronto, acabado, mas sim em construção: cultivado, cresce e se torna ativo, produtivo; abandonado, enfraquece e vai definhando...

A Família é toda Amor: nasce por Amor, sustenta-se por Amor, cresce por Amor e, felizmente, nunca morre porque o Amor é eterno!

Não um amorzinho desses "oferecidos ou até vendidos" pelos tempos modernos; um fim-de-semana; um amorico qualquer, um programa na praia, um simples "ficar", uma noitada... Nenhuma história: sem antes e muito menos depois. Afinal que "amor" é esse que não tem passado nem futuro? Só é bom enquanto dura; e dura pouco ou quase nada; não resiste, porque nada constrói...

Família é Amor verdadeiro, total, incondicional - ou se ama ou não se ama - capaz de fazer nascer o "Nós". Sim, porque não estamos mais a sós, somos uma comunidade, uma comunhão de vidas; "o Amor é uma porta que se abre para fora..." para os outros - fora disso é egoísmo, egocentrismo.

Amor que compreende, que sabe acatar e aceitar o outro, que busca e convive com a verdade que liberta...

Amor que sabe dialogar, escutar... que sabe "corrigir", mas que nos abre à conversão; que sabe perdoar e pedir perdão. Que tudo desculpa, não guarda mágoas...

Amor que é paciente, compreensivo e que está disposto a sacrifícios. Amor que dá trabalho para ser mantido. Que é bondade e nos leva a fazer o bem, só o bem.

Amor que quer o outro feliz e que fica feliz com sua felicidade. Concordamos aqui com as palavras de Robert Heinhein: "amor é a condição na qual a felicidade de outra pessoa é essencial para a sua própria felicidade".

Deus é Amor. "Imagem e semelhança d'Ele", fomos criados para amar. É urgente, pois, aprender a amar. Mais, é preciso ensinar a amar. A família é por excelência uma Escola de Amor - a primeira e, por vezes, a única. Nossos filhos, de frutos de amor, serão transformados em fontes de amor...

O mundo está carente de Amor. Faz-se apenas necessário que retomemos nossa essência, nossa natureza voltada para o bem, que redescubramos dentro de nós essa força divina, capaz de mudar não só a nossa vida e a da nossa família, mas as pessoas, o ambiente e a própria sociedade...

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