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Publicado: Sexta-feira, 3 de junho de 2011

Eucalipto e seu uso terapêutico na Aromaterapia

Crédito: Silvana Novelli  Eucalipto e seu uso terapêutico na Aromaterapia
Eucaliptos da Estrada Parque - Itu

A árvore do Eucalipto foi encontrada pela primeira vez na Tasmânia, em 1792, pelo botânico Labillardière, e desde então muitas outras espécies foram pesquisadas, dentre elas o Eucalyptus globulus e o Eucalyptus citriodora, cujos óleos essenciais são muito utilizados na Aromaterapia. 

Seu nome vem do grego eucalyptus que significa “bem coberto” por seus brotos serem revestidos por uma capa semelhante a uma taça que é descartada quando as flores brotam.

Por muitos anos a Austrália monopolizou seu cultivo e a produção e fornecimento do óleo essencial, porém atualmente, a maior produtora mundial é a China, seguida por Portugal e Espanha sendo o Brasil também um importante produtor.

Com certeza, a mais atraente de todas as espécies é a E. globulus. É uma árvore perene e com rápido crescimento, estando entre as árvores mais altas do mundo. Pode atingir alturas superiores a 90 metros, apesar da altura de 20 a 40 metros ser mais típica. Sabe-se que há no Jardim Botânico Real da Tasmânia um exemplar com mais de 200 anos de idade.

Sendo da família das mirtáceas, seu tronco maciço e reto tem a característica de desprender uma casca áspera e marrom-acinzentada em formato de longas tiras, apresentando um leve contraste de tons claros ou muitas vezes um interessante conjunto de cores variadas na sua superfície.

Suas folhas e novos brotos possuem inúmeras glândulas de óleo essencial, denominado Eucaliptol, tornando-os altamente aromáticos.

Apesar de todos esses fatores positivos que envolvem o Eucalipto, é uma árvore odiada por muitas pessoas que afirmam que a espécie drena e exaure o solo, que não atrai pássaros e outras tantas questões. Mas na realidade o problema maior está na monocultura, ou seja, em extensas áreas plantadas para a produção, por exemplo, de celulose para indústria de papel. Uma espécie, plantada corretamente, não seca a terra e não destrói seus nutrientes. Isso vale para qualquer cultura.

Usos tradicionais do Eucalipto

Os aborígenes, povo de origem australiana, utilizavam partes da árvore do eucalipto para diversos fins medicinais. Suas folhas eram queimadas como antisséptico para fumigar (defumar) os doentes e seu vapor inalado, para o alívio da asma e febre. Suas folhas frescas eram aplicadas diretamente sobre feridas para aliviar a dor, acelerar a cicatrização e conter infecções. Os primeiros colonos australianos chamaram-na de “árvore da febre” pela sua eficácia no tratamento deste sintoma.

Outro dado interessante é que os troncos finos do Eucalipto são utilizados para a produção de um instrumento musical de sopro tradicional dos aborígenes. Conhecido como Didgeridoo, é um instrumento de origem muito antiga, cerca de 1500 anos. O som é produzido por movimentos dos lábios, enquanto se usa uma técnica especial de respiração, provocando uma vibração do ar. Muitos músicos atuais utilizam este instrumento nas suas apresentações, dentre eles o grupo britânico Jamiroquai.

Os aborígenes acreditam que, se a terra tivesse voz, seria como o som extraído desse instrumento.

Outras funções

Mel de eucalipto– importante como auxiliar no tratamento da bronquite, tosse, asma e outros transtornos respiratórios. Limpa as vias respiratórias, pois possui propriedades antissépticas. Ajuda a combater infecções intestinais e  a neutralizar os efeitos nocivos da poluição.

Toras de eucalipto– suporte para a produção de alguns tipos de cogumelos

Fauna – as folhas e os brotos novos do eucalipto são a base alimentar do coala, considerado um símbolo da Austrália.

Usos terapêuticos do óleo essencial de eucalipto

O óleo de eucalipto é muito versátil, com excelentes propriedades antibacterianas, antifúngicas e anti-infecciosas. É um ótimo óleo para ser utilizado em inalações. Suas propriedades adstringentes (diminui a secreção) ajudam a reduzir a inflamação das mucosas e do sistema respiratório superior e sua ação descongestionante elimina o catarro e desbloqueia a sinusite. É indicado para o uso em gargarejos.

Possui ação antiviral, sendo eficaz para eliminar as bactérias do ar. Foi verificado que uma concentração de 2% de seu óleo essencial dispersa por um nebulizador é suficiente para destruir 70% da bactéria Staphylococcus em um ambiente fechado.

É recomendado também para casos de artrite, doenças reumáticas e dores generalizadas.

Altamente antisséptico, é útil no tratamento de herpes, ferimentos e queimaduras, auxiliando na regeneração da pele.

É conhecido também pela sua eficácia como repelente de insetos como piolhos, pulgas e carrapatos.

Aplicações práticas

Inalador elétrico

1 gota de óleo essencial de eucalipto

5 mL de soro fisiológico

Inalação com vapor de água quente

Use quatro gotas de óleo essencial de Eucalipto Glóbulos em 1 litro de água quente. Coloque em uma vasilha e aproxime seu rosto. Cubra a cabeça com um uma toalha. Certifique-se que não esteja muito quente. Evite sair no vento frio após a inalação. Se preferir, adicione também 2 gotas de óleo essencial de Tea Tree (Maleleuca) que possui ação bactericida. A associação destes dois óleos é muito eficaz no caso de congestão nasal e tosse.

Inalação no difusor de aroma pessoal

Coloque uma a duas gotas do óleo no difusor pessoal. O aroma o acompanhará por onde você for. Se preferir fazer uma mistura com outro óleo, como por exemplo, o Tea tree, faça-o antes de colocar no difusor para que não derrame.

Gel para limpeza das mãos

Útil  para desinfetar as mãos antes das refeições.

200 mL de álcool gel

3 gotas de óleo essencial de eucalipto

2 gotas de óleo essencial de Tea tree

 Óleo tonificante para massagem

5 gotas de óleo essencial de eucalipto

5 gotas de óleo essencial de gerânio

50 mL de óleo de amêndoa ou semente de uva

Compressas em casos de dores

3 a 4 gotas de óleo essencial de eucalipto

500 mL de água morna

Mergulhe um pedaço de tecido de algodão na água e retire o excesso.

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