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Publicado: Sábado, 25 de agosto de 2012

Eleições e saúde: já ouviram o canto da sereia?

Eleições e saúde: já ouviram o canto da sereia?
Preocupação número 1!

 “Top” nos assuntos eleitorais, a Saúde do país é colocada em xeque. Poucos sabem do esforço hercúleo dos menos de 6000 gestores municipais no Brasil  para tentar manter num pais de dimensões continentais o direito constitucional  mais caro , contínuo e de demanda infinita: o direito à Saúde !!

Apesar de ter vivido várias eleições, é difícil conseguir passar calmamente pelo furacão de informações locais, nacionais e internacionais  globalizado no inconsciente  do povo. Considerando que cada problema de saúde tem direito de ser “O” problema, o que assistimos é um sistema cansado que não pode parar nem um segundo e que não dá conta de atender a todos. Isso significa que cada problema, sob ótica de qualquer cidadão que tem a (rara) oportunidade de falar com um futuro governante, é agigantado pelos transtornos pessoais que uma doença causa na vida de uma pessoa e potencializado pelas limitações dos candidatos no atendimento diferenciado entre desejos e necessidades.

O sistema de saúde hoje - privado ou público - não tem espaço e dinheiro necessários. Sabe o que isso reflete ? Um enorme desafio pra ampliação do acesso, melhora da qualidade e financiamento coerente com as necessidades do país . E esse desafio não tem recebido o respeito e a atenção que merece nesse cenário de promessas.

E é na saúde que todas as mazelas de um governo desembocarão, sejam como heranças , falhas, má administração, falta de planejamento, equívocos de intenções, carência de profissionais , promessas falsas e impossiveis,  entre outras .

Sem falar nos clássicos problemas insolúveis que são a formação médica desvinculada da saúde publica e o financiamento inadequado “daquelas” esferas ( leia-se governos estaduais e federal) que também são co-responsáveis pela saúde como um todo... A falta de qualidade de vida, habitação para todos, creches suficientes, saneamento , incorporação tecnológica, desemprego e tantas outras mazelas mundiais ( e não só de governos) trazem inúmeros problemas pra área da Saúde e elevam o tema para o maior problema do mundo.

Nesta época, nós gestores, somos massacrados pela mídia, pelos candidatos, pela população e é preciso muita sensibilidade pra manter o senso de justiça social e muita blindagem pra não absorver uma pecha de inoperância e incompetência, o que seria uma enorme injustiça por conta do caminho já percorrido nesses mais de 20 anos do SUS que garantiu a universalização da Saúde ( é pra todos e é de graça ) .

Todo gestor tem obrigação de saber que a luta sempre continuará e que não há reinvenção da roda. A palavra chave é enfrentamento, profissionalismo e paixão pela causa pública.

Se os serviços estão falhos, sempre tentar corrigir os rumos;  sempre ter em mente que trocamos o pneu com o carro andando; sempre lembrar que se melhoramos, a demanda aumentará; e se pioramos, a demanda também aumentará;  sempre lembrar que é preciso separar o joio do trigo.

Senhores eleitores : lapidem e aprumem o que vão cobrar na saúde, valorizem o controle social, participem mais antes de criticar e ajudem seus governantes ! Questionem ! Valorizem o que funciona bem e comparem sua cidade com o contexto nacional de forma coerente e madura. 

Senhores candidatos : cuidado com as promessas mirabolantes. Saibam que essa luta por mais saúde é antiga e que existem muitos (mas muitos mesmo) gestores que acreditam e fazem o sistema acontecer  e atendem coletivamente a população de forma responsável e com equidade.

Queremos sim a saúde na agenda politica nacional. Sem ela, nada somos e nada fazemos ... mesmo que ela venha em forma de tempestade, esses momentos eleitorais são uma excelente oportunidade de aprendizado, reflexão e sensibilização pela causa pública.

Lembrem-se: a saúde não elege ninguém, mas derruba todo mundo !

E nenhum gestor responsável é inimigo do povo que tutela ...

#pronto, falei ! 

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