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Publicado: Segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ele era mesmo o Filho de Deus!

 

Domingo de Ramos e Paixão do Senhor

Abril, 13, 2014 – Liturgia do Ano “A”

Evangelho (Mateus, 27, 11-54)

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“”   Naquele tempo, Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos e este o interrogou:

Tu és o rei dos judeus?

Jesus declarou:

É como dizes.

E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. Então Pilatos perguntou:

Não estás ouvindo de quantas coisas eles te acusam?

Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. Então Pilatos perguntou à multidão reunida:

Quem vós quereis que eu solte: Barrabás ou Jesus, a quem chamam de Cristo?

Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele:

Não te envolvas com este justo! Porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele.

Porém os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. O governador tornou a perguntar:

Qual dos dois quereis que eu solte?

Eles gritaram:

Barrabás.

Pilatos perguntou:

Que farei com Jesus que se chama Cristo?

Todos gritaram:

Seja crucificado!

Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse:

Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!

O povo todo respondeu:

Que o sangue dele caia sobre nós e os nossos filhos.

Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e entregou-o para ser crucificado.

Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador e reuniram toda a tropa em volta dele. Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho; depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo:

Salve, rei dos judeus!

Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar.

Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”. Ali deram vinho misturado com fel  para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. E ficaram ali sentados, montando guarda.

Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação:

“Este é Jesus, o rei dos judeus”.

Com ele crucificaram também dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:

Tu que ias destruir o templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!

Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:

A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É rei de Israel... Desça agora da cruz! E acreditaremos nele. Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.

Do mesmo modo, também, os dois ladrões, que foram crucificados com Jesus, o insultavam.

Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra.

Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:

Eli, Eli, lamá sabactâni?

Que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”

Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:

Ele está chamando Elias!

E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu para beber. Outros, porém, disseram:

Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!

Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito.

E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na cidade santa e foram vistos por muitas pessoas.

O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram:

Ele era mesmo Filho de Deus!

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A liturgia católica consagra para o Domingo de Ramos, neste Ano “A”, o evangelho segundo Mateus, caracterizado por uma narrativa sucinta e algo resumida. É justamente o da transcrição acima.

Mesmo numa linguagem direta e objetiva, não escapa a ninguém a profundidade das dores, humilhação e sofrimento impostos a Jesus.

O mesmo povo que o acolhera com aplausos e júbilo, agora o condena. Uma prova inequívoca da volubilidade humana, comandada ao sabor das oportunidades.

Claro que o fiel sabe e reflete, porque tem diante de si a descrição dos fatos reais. Não houve mágica nem subterfúgios com que Jesus fosse socorrido. As penúrias, o pungente dos ferimentos, o abandono e as frustrações, Ele as sentiu profundamente, a ponto de morrer.

A celebração da Semana Santa, entretanto, é de se crer, não convida os cristãos a se compungirem em tristeza.

Antes e muito mais, concorre para que todos sintam e se apercebam em profundidade do quanto de ignomínia ocorreu a Jesus, que resumiu em si os passos ao Calvário que, afinal, o levaram à morte. E tudo por amor

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