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Publicado: Quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Domingo será a eleição... E eu com isso?

Crédito: Banco de Imagens Domingo será a eleição... E eu com isso?
A mídia social vai permitir plebiscitos on-line
Eu sempre acreditei que era melhor não me meter em política. Desde que era estudante na FGV, tendo professores como Bresser Pereira, Eduardo Suplicy, Vilmar Faria entre outras fortes personalidades do meio sócio-político, aprendi que a questão era muito mais uma luta pelo poder do que pelas idéias. Historicamente, a humanidade sempre foi assim. Portanto, escolhi trilhar os caminhos do “pensar fora da caixa”, do alternativo, do social e principalmente da busca interior. Quanto à política, nem pensar!
 
No início desse ano a política veio ao meu encontro. O meu trabalho com tecnologia da informação e Web 2.0, que atende pelo nome de “Mídias Sociais” se tornou o grande foco de notícias depois que um ilustre desconhecido teve a petulância de concorrer, nos EUA, com o clã Clinton e... venceu! Como ele fez esse milagre? Sua resposta foi muito simples: mídia social (social media). Da noite para o dia, nomes como Google, Blog, Youtube, Orkut, Twitter, Facebook, Myspace, Second Life, Linkedin, Digg, Ning, Flickr, MSN, Skype, Plaxo e tantos outros deixaram de ser apenas endereços de entretenimento para se tornarem poderosos formadores de opinião.
 
O que me deixa muito animado é que a política vai se transformar de uma maneira bem mais sadia, transparente e com a constante participação do cidadão. O perfil do político também vai mudar e provavelmente teremos nomes de pessoas que não queriam fazer parte desse modelo político atual.  

Minha primeira palestra sobre o tema foi em maio, num evento de Mídia Social promovido pela revista Bites. De lá para cá foram várias palestras, entre elas a CONIP, Eleições 2.0, INTEROP, entrevistas na Isto É Dinheiro e no IDG (podcast).
 
Em julho, escrevi detalhadamente sobre o que acredito no artigo Eleições 2.0A Nova Política será feita por candidatos que, após vencerem, continuarão a contar com o apoio dos cidadãos de sua localidade. Mais do que isso, estarão interagindo o tempo todo com eles para realmente atuar em seus nomes. Não é maravilhoso? Você vota num candidato e continua acompanhando e interagindo com o seu mandato. A mídia social vai permitir que haja constantes trocas de idéias, discussões, pesquisas de opinião, fóruns e até mesmo votações para determinados assuntos. Plebiscitos on-line! Isso vai acontecer!

Nunca fiz campanha para alguém e nem pedi para que votassem no meu candidato. Ao contrário da primeira frase desse artigo, acho que chegou a minha hora de fazer de tudo para que essa nova política aconteça o mais rápido possível. Não consigo mais ficar alheio ao que acontece na política e vou fazer campanha explícita para que essa forma colaborativa, que eu acredito, venha logo.
 
Em Itu, só conheço um candidato buscando trabalhar nesse formato. Mas não posso divulgar o seu nome, em função das regras impostas pelo TSE. Essa pessoa tem se cercado de muita gente, eu inclusive, com diferentes conhecimentos para criar essa rede de apoio nas diferentes áreas de atuação. Acredito que ele não será apenas um vereador na Câmara, mas um representante de uma comunidade, cada vez maior, de cidadãos interessados em participar das decisões da cidade. Isso é novo!
 
Acredito que ao escolher um candidato assim, não estaremos votando apenas nele, mas num movimento por uma maior transparência e participação colaborativa de quem quiser. Se esse formato for eleito, daqui a 4 anos todos os candidatos terão que agir assim para serem eleitos. Que mudança importante!
 
Sabemos que tem boas pessoas se candidatando, eu mesmo conheço algumas, mas estamos elegendo uma Nova Política e não apenas um determinado candidato. Estamos escolhendo um formato diferente do que existe hoje. Não agüentamos mais ver tantos escândalos e corrupção no noticiário. Por isso, candidatos “bizarros” conseguem se eleger. É um voto de protesto. Fiquei com vergonha, em 2004, quando o programa Fantástico colocou Itu junto com outras cidades (que eu nunca tinha ouvido falar) que elegeram personagens folclóricos. Neste fim de semana passei pelas ruas e vi bandeiras, carreatas, homens-sanduíche, carros e bicicletas de som e tentei explicar para o meu filho (9) o significado daquilo. Os nomes não ajudam, tem cada nome estranho! Foi difícil explicar o inexplicável!
 
Se vamos protestar, vamos mudar o formato. Gostaria de ver o programa do Fantástico, dessa vez, anunciando que Itu elegeu o primeiro vereador da Nova Política e que a gente entre para história - como sempre entramos - como pioneiros das transformações sociopolíticas.
 
Recentemente, ouvi no Rotary Club de Itu, uma palestra da professora Maria de Lourdes Sioli que me fez pensar muito sobre a importância de fazer coisas boas hoje para que possamos nos orgulhar amanhã. Vamos fazer 400 anos e podemos colocar mais um ituano na lista dos que farão história, a nossa história!      
 
Bom voto!

* Por motivos de época eleitoral, o TSE recomenda que nenhum texto pode ter alusão direta a candidatos. Por este motivo os comentários foram retirados.
 
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