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Publicado: Sexta-feira, 18 de maio de 2018

Disrupção digital: há vida fora das telas?

Há alguns dias assisti uma live no Instagram da @psicanaliselacaniana muito interessante sobre Disrupção Digital, com o Chico Forbes, e como a tecnologia está mudando a maneira como nos locomovemos, relacionamos e trabalhamos, afinal, tirou inúmeras “barreiras” da nossa frente.

Lembro-me da dificuldade que era confirmar um date, um “role” ou qualquer outra coisa com meus amigos. Não tinha celular com 15 anos, então o jeito era ir até o local e torcer para não levar um bolo. Hoje é muito simples, com uma conexão Wifi ou 3G consigo confirmar reuniões, chopes, descobrir acontecimentos importantes e até mesmo palestras legais que rolam por aí. Ou seja, a tecnologia facilitou o que antes era um tormento.

Atualmente podemos realizar uma reunião por Skype, trocar mensagens por WhatsApp, nos locomover pedindo um Uber, pedir comida pelo Ifood, assistir filmes pela Netflix e claro, criar polêmicas nas redes sociais sentados no sofá de casa.

Podemos ver que até o tempo caiu na “rede”, vivemos em um mundo V.U.C.A que é uma sigla em inglês, oriunda do vocabulário militar norte-americano, utilizada para descrever a volatilidade (volatility), a incerteza (uncertainty), a complexidade (complexity) e a ambiguidade (ambiguity) nos ambientes e situações. Onde nos perdemos e perdemos a noção do que é o tempo, afinal, é tudo para ontem e para agora porque o mundo está em uma muVUCA:

Volátil: as coisas mudam a cada segundo;

Incerto: o que é agora daqui a pouco não será mais o mesmo, nada é previsível;

Complexo: o mundo está se organizando em diversas redes e conexões, onde predomina a interdependência e as mudanças acontecem ao mesmo tempo;

Ambíguo: muitas informações, soluções e problemas possíveis, não existe “Isso OU Aquilo” agora é “Isso E Aquilo”.


Apesar das facilidades existentes hoje, o que faz com que aconteça a disrupção não é a tecnologia em si, mas como a utilizamos no nosso dia a dia. Talvez não possamos nos afastar 100%, mas é necessário encontrar um equilíbrio entre ela e a vida offline. Eu ia escrever mundo real na verdade, mas o mundo continua real através das telas, são as nossas vidas em off que precisam de um “desligar” por algumas horas e saber o momento certo de colocar o celular no modo avião.

Voltando ao foco do texto, a disrupção acontece quando há interrupção do curso normal de um processo, e é isso que estamos fazendo com a tecnologia, o imediatismo tomou conta do cotidiano acarretando no rompimento do tempo natural das coisas. Mas, ainda que aja os seus contras, ela automatizou processos que antes demandavam horas e horas do nosso dia e hoje conseguimos nos concentrar nas nossas habilidades humana. Ainda não existe máquina que seja criativa, por exemplo, e a criatividade está implantada em nossas veias e é necessária em todas as profissões e mercado, afinal, aquele que não consegue ser “inovador” acaba ficando para trás. Ou seja, antes de culpar e tecnologia por seu fracasso pessoal veja o que você não está fazendo para sair do lugar, há muitas habilidades humanas que são únicas e genuínas, mas nosso comodismo fala mais alto e a não conseguimos nos responsabilizar pelo nosso próprio fracasso. Para entender melhor quais são estes “talentos humanos”, assista o vídeo abaixo onde o Murilo Gun fala bastante sobre habilidades do futuro:

Por fim, percebemos que a tecnologia está automatizando e também nos auxiliando para que aja mais chances assertivas e não errantes, como por exemplo, na medicina que hoje a tecnologia se tornou crucial para dar diagnósticos com mais agilidade e assertividade. Mas, ainda que ela seja parte do nosso cotidiano, é preciso conciliar e equilibrar para que tenhamos vida fora das telas. Afinal, para que aconteça um diálogo e relacionamentos é necessário que tenham duas ou mais pessoas dialogando na mesma “tela”, a verdade é que colocamos toda a “culpa” na tecnologia de modo geral nos esquecendo que só tem uma pessoa que pode definir o que é prioridade e o que não é em cada momento.

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