Dia dos Mortos
Acredito que a grande maioria de nós desde pequenos tem uma noção do que seja Deus, vida e morte. Eu até um tempo atrás dizia que gostaria de morrer dormindo e sem sofrimentos, porém, após o curto aprendizado com meu avô materno e após a continuidade na doutrina espírita, consegui compreender a morte de outra maneira e já não penso mais quanto à forma de meu falecimento.
Na verdade a maior dor que existe não é da morte e sim a saudade que ela deixa no coração daqueles que ficam e verdadeiramente amam os que partiram.
Consegui compreender a existência de um mundo paralelo ao nosso aonde a felicidade, o amor e a fraternidade reinam em absoluto e aonde iremos encontrar os que partiram antes de nós.
Comecei a enxergar a palavra morte como se fosse um sinônimo de partida, não a encaro mais como antes e sei que apesar de não poder antecipá-la, quando a hora chegar, irei de bom grado, pois sei que serei recebido por quem tanto amei quando aqui na Terra estive.
Essa semana em nossa aula de estudos da doutrina, fizemos a leitura inicial antes de nossos estudos de um texto denominado “Oração no Dia dos Mortos” e refletimos sobre o seu conteúdo o qual me baseio esta matéria.
Hoje, enquanto muitos se consagram à lembrança dos mortos que para nós estão vivos, devemos orar também por aqueles os quais se encontram vivos, mas que ainda mortos se ajustam à teia física.
Há tantos que se encontram sepultados em sua riqueza e fogem do trabalho e da caridade e não vêem o quanto se cadaverizam pouco a pouco, assim como aqueles que com seus grandes títulos nada fazem além de se adornar na sua inutilidade, quando poderiam utilizá-los para tantas coisas úteis.
Há aqueles os quais se perdem no mundo das drogas e de todos os outros vícios, com condutas desregradas que os levam diretamente às trevas.
Tantos que enterram a mente na própria mesquinhez e sovinice se paralisam nos excessos à mesa, sem dividir o mínimo que fosse ao próximo que nada tem.
Devemos orar ainda por aqueles que se imobilizam em seus paraísos domésticos e se colocam a reclamar sem conseguirem enxergar o que possuem e morrem assim no seu egoísmo.
Temos ainda os mortos de desânimo, os mortos que cometeram crimes e estão agora em penitenciárias, os pobres e alucinados em hospitais e manicômios, relegados à solidão, assim como aos que se renderam na luta; pelos mortos de desespero, assim como a tantos outros pequeninos e desconhecidos mas mortos que andam pela vida como se arrastassem a própria carcaça sem saber para aonde vão, falo isso em relação aos que nada fazem para o seu próprio auto melhoramento e que possuem condições para tanto.
E neste dia, devemos rogar orações assim não só aos que se foram antes de nós para um mundo melhor, mas também pedir luz a cada um dos que mencionamos acima para que seja depositado no coração destes o mínimo de luz e esperança para que prossigam aqui nesta vida fazendo o melhor que podem sempre, sem julgar ninguém, mas se auto melhorando para que no futuro possam realmente ser reconhecidos.
Fonte: “Oração no dia dos Mortos” – Religião dos Espíritos – Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel.