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Publicado: Quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Desafios cristãos

O ensino social cristão deve orientar nossas ações no mundo!

Nem todos os caminhos são livres de espinhos e pedras. Muitas vezes cuidar da rosa requer lidar com seus espinhos...

Os progressos tecnológicos e científicos, aliados à globalização vêm imprimindo grandes alterações na sociedade. Vivemos uma fartura de ideias, projetos sociais e novidades; estes prometem, entusiasmam e ao mesmo tempo preocupam: podem trazer melhorias nas condições de vida do povo, mas podem, como temos visto, estar impregnados de interesses outros e sofrer desvios graves em sua aplicação. Deveriam estar a serviço da pessoa, mas acabam dominando o homem e guiando a sociedade humana.

A situação do mundo é preocupante, sobretudo no que concerne à qualidade e à proteção da vida. A família é ameaçada de diversos modos, reduzindo suas forças para desempenhar satisfatoriamente seu indelegável papel na procriação, na educação e na formação de valores.

Não é fácil cuidar bem dos filhos, santificar o cônjuge, praticar a caridade, a solidariedade...

Há grandes embaraços no que tange à vida espiritual do povo. Enfraquece o valor da Igreja, da religião e do próprio Deus, contentando-se o homem com uma vida material abundante. “O que vemos atualmente na sociedade contemporânea é o domínio do niilismo” - Pe. Patrick Laubier, professor e escritor francês, doutor em ciências políticas (*).

Conforme salientou o padre Patrick de Laubier em sua visita ao Brasil, os cristãos necessitam de uma sólida formação evangélica e intelectual para colocarem e defenderem suas posições éticas nos embates em torno do respeito à vida e à dignidade humana.

Segundo ele, é preciso “defender exigências cristãs na economia e na política”, alertando para o risco de se “situar a globalização exclusivamente no campo da economia, limitando a pessoa a um ser econômico, cuja única finalidade é produzir, comprar e enriquecer”. Algo extremamente grave, pois, “quando a inspiração cristã desaparece da noção de pessoa, esta fica esvaziada. O que sobra é a noção de indivíduo, despido de sua dimensão metafísica e religiosa”.

É o risco da “materialização das mentalidades e da cultura” que afasta Deus da vida e da sociedade. A solução está na proposta de João Paulo II: construir a “civilização do amor”.

Como? “Uma vez que as ideias comandam o mundo, o que devemos fazer é tornar nossas ideias conhecidas e colocá-las em prática”.

Ainda, para o padre Patrick, “O cristão está melhor equipado do que o não-cristão graças à orientação ideal, que lhe aponta um caminho para seguir em meio a um mundo cada dia mais difícil de ser gerenciado. Se todos recebem auxílio da graça, o cristão possui, além disso, os sacramentos, que lhe dão força para construir a civilização do amor."

De fato, o amor é o grande desafio do cristão. Uma arma infalível. Segundo Padre Vitor Coelho de Almeida (missionário redentorista a caminho da beatificação), a caridade é como uma escada que leva ao céu. Os degraus são as boas obras, praticadas sempre com vistas à promoção humana: “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe pronto”.

(*) Cf. artigo de Fúlvio Giannella Júnior – Rev. Família Cristã – dez.2008

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