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Publicado: Segunda-feira, 21 de maio de 2012

Deixando tudo para trás...

Lemos e ouvimos aqui e ali que não passará muito tempo sem que todas as famílias registrem casos de separação, de Aids, droga, e até de violência e homicídio. Sem dúvida, um prognóstico terrível, assustador e vergonhoso para a espécie humana. Se nada for feito para reverter essa nefasta tendência, ela acabará sendo uma realidade.

Vivemos tempos modernos em que a humanidade parece querer se livrar do que acha velho, ultrapassado, desatualizado, englobando aqui princípios imortais, verdades eternas, valores absolutos. Está-se esquecendo das inevitáveis consequências dos seus atos, do seu modo de agir.

Está-se esquecendo até mesmo de Deus. E o mundo vai mudando, infelizmente para pior em muitos aspectos.

Para Tony Anatrella, sacerdote e psicanalista francês, uma sociedade em que o aborto, o divórcio, a homossexualidade, a promiscuidade sexual, a toxicomania, o suicídio dos jovens, são aceitáveis como fenômenos inquestionáveis é uma sociedade doente, à beira da implosão.

Sobre o divórcio, é farto o material escrito e falado. Mesmo entre especialistas as ideias são bastante conformistas a respeito tanto dos direitos à separação dos casais, como sua aceitação por parte dos filhos.

Argumentos não faltam: toda pessoa tem o direito de buscar sua felicidade, mesmo que para isso sejam necessárias mudanças de vida, de caminho... E o preço? E os outros? Meros detalhes?

Será que esses “direitos” incluem deixar tudo para trás: estruturas, histórias de vida, compromissos, responsabilidades, filhos inocentes?

O fato é que o divórcio tem aumentado de forma impressionante, Segundo Tony Anatrella, “... é preciso dizer que não há divórcio bem sucedido. O divórcio é um fracasso afetivo a partir do qual cada um experimenta a dor por uma confiança atraiçoada, por um projeto inacabado ou por um erro de escolha. Não é um negócio privado, mas um problema da sociedade com custos humanos, sociais, econômicos, morais e espirituais, sem falar do sofrimento psíquico que provoca.”

Para ele, “Motivos confusos, problemas de identidade, desenvolvimentos pessoais divergentes, […], carência de uma concepção moral e filosófica que permitam orientar os projetos de vida e de resolver os conflitos: são estas algumas das razões do divórcio.”

“Para o filho, o divórcio é uma rachadura que corre o risco de colocar em perigo a unidade e a construção da sua personalidade, mesmo que alguns cheguem a recuperar-se. É então que começam a nascer todas as angústias e as incertezas futuras da vida.”

O que não é válido nem legal é o que se apregoa: "os filhos não podem ser obstáculos à felicidade dos pais", "se o amor entre eles acabou e não é mais possível uma vida a dois, os filhos precisam entender isso", "basta que eles sejam preparados para entender que após a separação continuarão a ser seu pai e sua mãe". Simples, não?

Tempos modernos!

Modernos demais, frios demais, irresponsáveis demais, egoístas demais, materialistas demais. Fáceis demais, só que o que estamos presenciando não é bem assim. Essa facilidade com que as pessoas largam tudo para trás, partindo para novos relacionamentos atinge sobretudo os filhos, que se tornam as grandes vítimas, inocentes e impotentes.

É claro que sobrevivem, mas pagam um alto preço e, não raramente, tornam-se desencontrados e infelizes.

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