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Publicado: Quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Dama da Noite

Dama da Noite

Caminhando pelas ruas, me vi diante de uma árvore repleta de flores brancas, pendente dos galhos como pequenos lustres. Essa flor eu a conheço desde a minha infância. Elas são grandes, em forma de buquês, lindas e perfumadas. Fiquei extasiada por tamanha beleza.

Tenho, no meu jardim, um pé de dama da noite que nos arrebata com aquele cheirinho gostoso quando a gente esbarra nas folhas ou flores. Gosto de ficar perto dele ao cair da tarde quando seu aroma e sua brisa se intensificam. Chego mesmo a conversar com ele. É uma magia inexplicável!

Meu pé de dama da noite foi presente da minha mãe que já partiu a alguns anos, talvez por isso eu tenha tanto xodó por ele.  Acho até que ele é a imagem da minha mãe. Ela se foi, permaneceu o gesto de carinho que se renova a cada florada.

Os ipês roxos e os pés de manacá estão em plena florada. As azaleias gostam de florescer no inverno e assim por diante, cada espécie tem o seu tempo certo de brotar e florescer.

É quase assim com os nossos filhos, que já não são mais crianças, estão no tempo de estudar e morar fora. Vem chegando de mansinho àquilo que chamam de síndrome do ninho vazio. Percebi nitidamente essa síndrome quando me vi comprando panelas e utensílios menores.

Puxa como sinto falta deles!

Ah!  Vida danada sempre nos surpreendendo! Não é só uma questão do tempo de cada coisa; é também o tempo certo de semear, esperar e florescer.

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