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Publicado: Sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dá-nos sempre desse pão

Hoje, 18º Domingo Comum, 2 de agosto, continua mais um período com evangelhos de João.
Este, colhido no capítulo 6, o mesmo da semana passada.
Agora, os versículos de 24 a 35.
 
 “Quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus em Cafarnaum.
 
Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe:
“Rabi, quando chegaste aqui?”
 
Jesus respondeu:
“Em verdade, em verdade, eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
 
Então perguntaram:
“Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”
 
Jesus respondeu:
“A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
 
Eles perguntaram:
“Que sinal realizas para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: Pão do céu deu-lhes a comer”.
 
Jesus respondeu
:“Em verdade, em verdade, vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
 
Então pediram:
“Senhor, dá-nos sempre desse pão.”
 
Jesus lhes disse:
“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
 
O pior cego é aquele que não quer ver. Não diz assim o povo?

As multidões, além de outros prodígios, tinham visto e convivido com o milagre da multiplicação dospães e, mesmo assim, insistiam em que Jesus desse prova de seus poderes.
 
Não se sabe se será cabível esta ilação, mais fundada na maneira como pensam as pessoas hoje, que também os seguidores do Mestre, queriam mesmo era presenciar mais milagres ainda, pelo que essa prática pudesse apresentar de sensacionalismo.
 
Não os preocupava acreditar e por essa via aprimorar seu contato com Deus e viver aos poucos muito mais ditames do amor, uma novidade que se abria para os severos costumes da lei antiga.
 
Jesus – ele próprio – advertiu o povo de que, apesar da evidência, não se apropriava do conteúdo espiritualque as mensagens dele traziam. Disse-lhes que mais animados se sentiam porque tinham se alimentado. E quase nada além disso.
 
Entretanto, mesmo assim, Jesus insiste em de algum modo se reportar à recente cena da multiplicação dos pães e peixes, para reforçar que o verdadeiro pão, era “aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.Prenúncio óbvio da Eucaristia.
 
Seja feita, pois, a transposição do conteúdo do evangelho para os dias que ora se vive, para o mundo atual.
No meio de tanto espalhafato, do consumismo como lei maior, do conflito entre favorecidos e miseráveis, da ganância, do vicejar incessante de credos novos, da desorientação do homem à falta de lideranças, dotelhado familiar que desaba a cada passo, da permissividade, do caminhar sem rumo nem direção, por que não parar um pouco?
 
Como se cada um se sentasse por minutos e reproduzisse essa prática, a da reflexão, a intervalos necessários, para pensar.

Sim, pensar. Silenciosamente. De si para consigo.

No entremeio da balbúrdia, está aí, ao alcance de todos e de cada um, o sacramento da Eucaristia.

A comunhão do corpo e do sangue de Jesus Cristo. Milagre sim, mas realidade por isso mesmo.
 
Amigo. Amiga.

Dê-se um tempinho, de quinze minutos ou nem tanto, de dirigir-se até a capela do Santíssimo, ao lado da nave central da Matriz da Candelária.Aqui mesmo em Itu, nesta cidade onde você vive.Entre ali.Acomode-se, em pé, de joelhos ou sentado.

Sinta a aura daquele ambiente silencioso. Jesus fica exposto no altar, das 7h30 até às 17h.
 
Outrora uma prática mais encontradiça, hoje rara, a da exposição contínua do Santíssimo, à visitação dos fiéis. Itu possui. Privilégio de poucas cidades.

Para copiar a expressão feliz de alguém, certa feita: Audiência pública do Rei.

Sem marcar hora.

Vai até lá.

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