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Publicado: Sexta-feira, 13 de março de 2009

Chico Anysio, Um Show!

Sempre gostei de programas humorísticos. Acho que rir é um dom realmente divino, até mesmo uma arte. Acredito que em sua criatividade infinita, Deus permaneceu sorrindo durante os sete dias em que criou todas as coisas.
 
Penso que Deus estava com um imenso sorriso em seu rosto, no momento da ressurreição de seu Filho Jesus. O Senhor nos deu motivos de sobra para sorrir e sempre rir.
 
Há vinte anos, os humorísticos que dominavam a televisão brasileira saíam da inventividade de três artistas: Renato Aragão, Jô Soares e Chico Anysio. Não é por acaso que são conhecidos até hoje.
 
Didi continua na ativa, cada vez mais voltado para o público infanto-juvenil. Jô Soares tornou-se apresentador de programa de entrevistas, escritor e diretor de teatro. Chico Anysio não tem mais programa próprio, porém continua fazendo aparições especiais em novelas e filmes.
 
Assisti recentemente a dois DVD’s, com uma coletânea dos melhores momentos da carreira de Chico Anysio. Há neles preciosidades, como episódios do “Chico City” da década de ’60. Há também quadros de vários de seus personagens.
 
Entre os mais de 200 que criou, com vozes e figurinos diferentes, destacam-se o Véio Zuza, o Painho, o Pantaleão, o Professor Raimundo, o Bozó, o Profeta, o Jovem, etc.
 
Chico Anysio nasceu em Maranguape, no Ceará. Como todo jovem talentoso, migrou para o Rio de Janeiro. A então capital federal era também o centro cultural e artístico do país.
 
Começou participando de concursos de imitação promovidas pelas rádios. Ganhou tantas vezes que em certo momento foi proibido de participar, pois os outros candidatos não tinham mesmo chance.
 
A oportunidade de ouro surgiu quando anunciaram testes para as vagas de locutor de comerciais e rádio-ator. Fez o teste para locução e perdeu para um tal de Sílvio Santos. Mas levou a vaga de rádio-ator e aos poucos teve oportunidade de mostrar todo o seu talento.
 
Ainda na Era do Rádio, Chico fez seus primeiros quadros e programas humorísticos. Com o advento da televisão, migrou para a nova mídia.
 
Ficou conhecido nacionalmente por conta de seus personagens e das estórias que criava. Ao mesmo tempo, percorreu o país fazendo shows. Sentado em uma banqueta alta, diante da platéia, ficava conversando com os expectadores e contando piadas.
 
Diferente de certo humor erotizado e inconveniente que alguns praticam hoje, o humor desenvolvido por Chico Anysio é digno do nome. É uma arte de interpretação, de caracterização e de inventividade.
 
Como na cena em que alguém bate na porta e pergunta: “A Argentina está?”. Ao que um mordomo (o próprio Chico) responde: “Está... Ainda mais do que a gente!”.
 
Chico Anysio não tem mais lugar fixo na grade televisiva brasileira. Os DVDs de sua coletânea são uma chance de matar saudade e dar ótimas risadas. Contribuindo ainda mais para o humor nacional, ele nos deixará parte de seu talento com o filho Bruno Mazzeo.
 
Um dos vários filhos de Chico, Bruno tem atualmente um programa chamado “Cilada”, no canal pago MultiShow, onde ironiza várias situações do cotidiano. Seu humor é parecido com o do pai: inteligente. Suas tiradas são leves e criativas, um verdadeiro deleite para quem gosta de rir. É o próprio “filho de peixe”.
 
“É mentira, Terta?”.
 
Amém.
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